O deputado estadual Janduhy Carneiro, do Patriota, provocou polêmica, ontem, na Assembleia Legislativa, ao denunciar que o governador Ricardo Coutinho (PSB) está utilizando a Granja Santana, residência oficial do governador, para patrocinar encontros eleitorais, o que é vedado por lei por tratar-se de imóvel público. Janduhy prometeu acionar o Ministério Público e denunciar a prática de uso da Granja Santana para fazer campanha política. É preciso que a Justiça Eleitoral fique atenta a esse tipo de prática. Nunca tinha visto uma situação como essa praticada pelo atual governador, salientou o parlamentar.
Janduhy lembrou, na ocasião, os gastos com a manutenção da residência oficial do governador, que totalizariam mais de R$ 1,3 milhão em material de consumo, conforme matéria divulgada no jornal Correio da Paraíba. O deputado foi contestado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Gervásio Maia Filho (PSB), que foi à tribuna e o acusou de estar com dor de cotovelo, além de esquecer o passado, quando o grupo político de que faz parte estava no poder. Vamos debater com conteúdo mas vamos respeitar a legislação eleitoral, enfatizou Gervásio. Janduhy Carneiro voltou à carga, insinuando que Gervásio Maia estava atuando para esvaziar votos de líderes do interior à sua postulação à reeleição, na região de Jericó.
Um fato surpreendente nas últimas horas foi o retorno do deputado estadual Adriano Galdino (PSB), ex-presidente da Assembleia, ao exercício do mandato, com isto estragando a lua de mel do suplente Raoni Mendes, do Democratas, que há 14 dias havia assumido, mais uma vez, a titularidade na Casa de Epitácio Pessoa. Raoni Mendes acredita que pode ter sido vítima de represália, como consequência da sua declaração de que não votará no deputado federal Luiz Couto (PT) como candidato ao Senado. Couto compõe a chapa majoritária encabeçada por João Azevedo, fazendo dobradinha ao Senado com o deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, que deixou o MDB e se filiou aos quadros do PSB. O Democratas, presidido pelo ex-senador Efraim Morais, que reassumiu a secretaria de Governo no atual período de Ricardo Coutinho, está fechado com Azevedo mas tem restrições a Luiz Couto, como reflexo de desavenças históricas entre o DEM, ex-PFL, e o Partido dos Trabalhadores. Efraim chegou a dizer em off que nem ele teria condições de votar em Luiz Couto nem Couto votaria nele se fosse candidato na chapa majoritária encabeçada por Azevedo e costurada pelo governador Ricardo Coutinho.
O ex-senador Efraim Morais chegou a ser cogitado para figurar como candidato a vice-governador na chapa liderada por João Azevedo e colocou, mesmo, o seu nome à disposição do esquema governista para integrar a chapa majoritária. Não logrou espaço na chapa, uma vez que a vice-governança acabou ficando, mesmo, com a atual vice Lígia Feliciano, numa surpreendente reaproximação entre ela e o esquema do governador Ricardo Coutinho.
Nonato Guedes