A psicóloga Lúcia Sá, viúva do jornalista e escritor Severino Ramos, que faleceu no dia 28 do mês passado no hospital Memorial São Francisco, em João Pessoa, lembrou com saudades, em postagem nas redes sociais, o transcurso dos 80 anos de nascimento de Biu, que se destacou pela obstinação, pelo profissionalismo e pelo estilo polêmico e combativo nos seus escritos, distribuídos em milhares de colunas e reportagens de jornais e em quase uma dezena de livros de grande impacto e repercussão. Lúcia e os filhos Felipe Augusto e Tiago lembraram que haviam ensaiado, com esmero, os preparativos para a comemoração dos 80 anos de vida de Ramos. Ele faleceu aos 79 anos vítima de complicações derivadas de pneumonia e seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa do Estado, por deferência do presidente Gervásio Maia (PSB), atraindo admiradores, autoridades e leitores do famoso jornalista.
Severino Ramos, natural de Santa Rita, oriundo de família humilde, ingressou no jornalismo aos 17 anos como repórter do Correio da Paraíba. No próprio jornal de sua estreia, ocupou todos os cargos de Redação, de chefe de reportagem a secretário, editor e colunista, durante 14 anos consecutivos. Como autor da coluna Linha Direta, que foi publicada tanto em O Norte como posteriormente no Correio da Paraíba, Severino Ramos alcançou invejáveis níveis diários de leitura. Foi correspondente, na Paraíba, do Jornal do Brasil e da Folha de São Paulo, bem como das revistas Veja e Realidade, além de ter sido o primeiro diretor da sucursal do Diário de Pernambuco em João Pessoa.
No governo Ernani Sátyro, Severino Ramos assumiu a direção geral de A União. Em 1986, candidato a deputado estadual, participou ativamente da campanha que elegeu Tarcísio Burity a governador. A convite deste, assumiu a secretaria de Cultura, Esportes e Turismo do Estado e, extinta a pasta, exerceu as superintendências de A União e Rádio Tabajara. Em 1985, Severino Ramos lançou seu primeiro livro Arca de Sonhos Ou Mocidade e outros heróis, iniciando uma carreira de escritor que também o consagraria. Em seguida, lançou Crimes que abalaram a Paraíba, em dois volumes, Memórias de um repórter, O mago de Catolé (biografia do ex-governador João Agripino Filho), A verdade de cada um, contendo entrevistas com personalidades de destaque da Paraíba, Er uma vez um boêmio histórias e fantasias de mesa de bar e Burity Esplendor & Tragédia, uma narrativa biográfica sobre o personagem que governou a Paraíba em duas oportunidades e que marcou época no cenário político-administrativo local.
Nonato Guedes