O deputado federal paraibano Wilson Filho, do PTB, figura entre 26 pessoas denunciadas pela procuradora-geral da República Raquel Dodge ao Supremo Tribunal Federal por envolvimento com organização criminosa que atuava no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego. A denúncia será analisada, inicialmente, pelo ministro Edson Fachin, relator do inquérito em curso no STF. Wilson é filho do ex-senador Wilson Santiago, que exerceu mandatos de deputado estadual, deputado federal e senador pela Paraíba, presidindo atualmente o diretório regional do PTB.
Conforme o teor da denúncia do MPF, o grupo é acusado de promover negociações ilícitas de registros sindicais, sendo o núcleo político constituído por parlamentares, dirigentes de partidos e assessores diretos, responsáveis por indicações. As irregularidades teriam sido constatadas no bojo da Operação Registro Espúrio. O parlamentar paraibano manifestou-se, ontem mesmo, negando ter participação em qualquer suposto esquema para a concessão de registros sindicais no Ministério do Trabalho. Wilson reafirmou que não tem nenhum tipo de indicação política para cargos na secretaria de Registro Sindical do Ministério e que está tranquilo quanto à apuração dos fatos.
O parlamentar recorda ter ocupado a liderança do PTB na Câmara no período de licença do titular, deputado Jovair Arantes, e diz que nesse período, como função típica da liderança, encaminhou demandas dos deputados para os Ministérios. Não houve, porém, nada que se caracterize como atividade irregular ou ilícita. Tudo está previsto no regimento da Casa e de acordo com as atribuições do cargo que exerci temporariamente, frisou. Por fim, o deputado salientou ter apoiado as investigações, não se furtando a prestar qualquer informação requerida. Concluiu sublinhando ter confiança plena na Justiça no que se refere à condução do caso e à comprovação de sua inocência. As investigações, segundo a PGR, duraram um ano e foram iniciadas após a apresentação de uma notícia-crime. Os elementos probatórios reunidos no inquérito indicaram que representantes das entidades sindicais ingressam no esquema criminoso em razão da burocracia existente na Secretaria de Relações do Trabalho, que dificulta e muitas vezes impede a obtenção de registros àqueles que se recusam a ofertar a contrapartida ilícita que lhes era exigida, destacou a PGR.