O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), alfinetou, ontem, o governador Ricardo Coutinho (PSB), seu adversário político, afirmando que falta transparência na gestão pilotada pelo socialista. O pano de fundo da polêmica foi a questão dos servidores codificados, ressuscitada com o noticiário de que há discrepâncias de informação entre o que o governo repassa para a opinião pública e os dados que são do conhecimento do Banco do Brasil e do Tribunal de Contas do Estado. Luciano é irmão gêmeo do candidato do PV ao governo, Lucélio Cartaxo.
– O governo do Estado salientou Cartaxo escondeu por oito anos uma lista de codificados. Não sabemos o que essas pessoas fazem nem onde estão. Mas constituem uma verdadeira caixa-preta, o que é um absurdo e um desrespeito à sociedade, que precisa estar devidamente inteirada sobre os atos dos poderes públicos. A administração estadual deveria tomar a si a responsabilidade de promover concurso público para democratizar o acesso aos seus quadros funcionais exortou o alcaide da Capital. O secretário de Comunicação do Estado, Luís Tôrres, rebateu as críticas que têm sido feitas à gestão de Ricardo Coutinho.
O conselheiro Nominando Diniz, do Tribunal de Contas do Estado, havia alertado que o problema dos codificados adquiriu dimensões maiores a partir de 2013 e considerou como bastante grave o não recolhimento de contribuições previdenciárias previsto em lei. De acordo com Nominando, o recolhimento (desconto nos salários) e o pagamento da parcela patronal são obrigatórios e não vêm sendo cumpridos. Ele relatou ter recebido informações de representantes da Receita Federal que colheram dados sobre os codificados e transmitiram a versão do não recolhimento da Previdência. Chegou a ressaltar que os codificados não teriam direito à aposentadoria porque não estariam contribuindo. O governador Ricardo Coutinho tem tentado desarmar a polêmica assegurando que não há mais codificados na folha do Estado.
Da Redação, com Adelson Barbosa, do Correio da Paraíba