O clima de normalidade que tem pontuado a disputa eleitoral na cidade de Campina Grande, segundo colégio eleitoral do Estado, levou juízes das comarcas locais a dispensarem a requisição de tropas federais para reforçar a segurança no pleito, devendo o trabalho ser comandado pela Polícia Militar da Paraíba e órgãos colocados à sua disposição. É a primeira vez em 14 anos que a requisição de tropas federais é dispensada em Campina. Em pleitos anteriores, quer a prefeito, quer a governador, o acirramento de ânimos, com o registro de incidentes, alguns de certa gravidade, provocou a mediação do Tribunal Superior Eleitoral junto ao Tribunal Regional Eleitoral.
Desde o início de maio deste ano, juízes eleitorais de Campina Grande chegaram a enviar ofício ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba apelando pelo reforço de tropas federais, mas acabaram desistindo. O juiz Horácio Ferreira de Melo Júnior, da Décima Sétima Zona Eleitoral, explicou que a deliberação de agora foi tomada após uma reunião com as forças de segurança em que foi feita análise das condições oferecidas, bem como do fato de não existir razão neste momento para solicitação de tropas federais. Esta posição somente seria reconsiderada em casos excepcionais de última hora, motivados pelo registro de fatos novos e graves, comenta o doutor Horácio, que também coordena a propaganda eleitoral nas ruas de Campina Grande.
Além do juiz Horácio Melo, a decisão de desistência foi acolhida pelos juízes Valério Porto, da Décima Sexta Zona e Falkandre de Sousa Queiroz, da septuagésima segunda zona, igualmente coordenadora da propaganda de mídia. A comunicação nesse sentido foi transmitida ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, desembargador Romero Marcelo da Fonseca, por meio de ofício. O processo de requisição de tropas federais para Campina, que tem como relatora a juíza Micheline Jatobá, estava previsto para retornar à pauta de julgamento do Tribunal Regional Eleitoral amanhã. A cidade contou com reforço nas eleições de 2004, 2006, 2008, 2010, 2014 e 2016, mas, de acordo com os magistrados, a campanha de 2018 não tem acirramento e as polícias trabalham com isenção e independência.
Da Redação