Ignorando sucessivas derrotas que tem enfrentado nos tribunais, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu acionar o Supremo Tribunal Federal com pedido de liminar para garantir a candidatura dele a presidente da República, baseando-se em recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU para que esse direito seja assegurado e o ex-mandatário seja posto em liberdade a fim de participar da campanha eleitoral. Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão na superintendência da Polícia Federal em Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em processo referente ao tríplex do Guarujá (São Paulo).
Os advogados de Lula acionaram o Comitê de Direitos Humanos da ONU no sentido de que reitere a recomendação ao governo brasileiro para que o país cumpra a decisão do órgão e libere a candidatura de Lula, na condição de signatário de resoluções da Organização das Nações Unidas. No programa da campanha à presidência, no horário gratuito, o PT começou a sinalizar a substituição do ex-presidente por Fernando Haddad, que foi ministro da Educação e prefeito de São Paulo. Ontem, o candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, voltou a criticar a opção do PT em adiar a substituição de Lula na chapa petista. É um desrespeito à inteligência da população, afirmou durante visita a um hospital na capital paulista.
Enquanto isso, o ex-prefeito Fernando Haddad, provável substituto de Lula na chapa do PT a presidente, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A denúncia aponta que Haddad teria solicitado e recebido indevidamente da UTC Empreiteira o valor de R$ 2,6 milhões em 2013. Esta é a segunda ação do MP de São Paulo contra Haddad nos últimos oito dias. Na anterior, o Ministério Público propôs uma ação civil de improbidade administrativa contra o ex-gestor paulista. Em nota, a assessoria de Haddad rebateu o MP afirmando que a denúncia se baseia em uma narrativa sem provas do empresário Ricardo Pessoa. Já o Partido Novo, do presidenciável João Amoêdo, entrou com representação no TSE ontem contra a propaganda eleitoral do PT que continuaria, de forma subliminar, a insinuar a candidatura de Lula a presidente. Os ministros Carlos Horbach e Luís Felipe Salomão, do TSE, proibiram o partido de veicular a propaganda eleitoral transmitida no sábado por entenderem que Lula aparece como candidato.
Da Redação, com Agência Brasil