O ex-deputado federal Wilson Santiago, do PTB, tenta voltar à Câmara e, em suas intervenções no Guia Eleitoral, recorda a luta que empreendeu como parlamentar para a instalação da Zona Franca do semi-árido, uma proposta por cuja viabilização concreta, segundo diz, se empenhará ativamente. Ele substituirá na disputa a Wilson Filho. Presidente do diretório estadual petebista, Wilson Santiago, que tem origens no entorno de Uiraúna, na região sertaneja, frisou que ainda há enormes desafios afetando a população interiorana e que carecem de mobilização por parte da classe política para que virem realidade.
Ele chegou a exercer o mandato de senador, em Brasília, por quase um ano, em 2011, quando a investidura do senador eleito Cássio Cunha Lima, do PSDB, foi embargada pelo Tribunal Superior Eleitoral devido a uma interpretação equivocada de que Cássio fora alcançado pela Lei da Ficha Limpa, cujos desdobramentos, na verdade, só teriam validade a partir da eleição de 2012. Cássio moveu céus e terras para ser efetivado na titularidade do mandato senatorial e protestou contra o fato de estar sendo vítima de uma injustiça, que, por sua vez, desrespeitava a livre expressão da maioria do eleitorado paraibano. O tucano alcançara mais de hum milhão de votos nas urnas que ficaram sub-judice.
A cúpula nacional e lideranças de proa do PSDB solidarizaram-se com Cunha Lima e reforçaram sua batalha no âmbito da Justiça Eleitoral para que, afinal, ele fosse convocado a assumir. O parlamentar já havia sido afastado do governo do Estado em fevereiro de 2009, sob alegação de conduta vedada e prática de improbidade administrativa, no que considerou um dos maiores erros judiciários da história brasileira recente. No período em que esteve senador, Wilson Santiago logrou ocupar um cargo na Mesa Diretora da Casa. Da mesma forma, foi designado como um dos integrantes do Parlasul, o chamado Parlamento do Mercosul, com sede em Montevidéu, no Uruguai. O imbróglio foi equacionado com decisão da Mesa Diretora, validada pelo Supremo, reconhecendo Cássio como o legítimo dono da vaga. O então senador paraibano Cícero Lucena, primeiro-secretário do Senado e companheiro de partido de Cunha Lima, empenhou-se com denodo para a ascensão deste à titularidade. Do episódio ficaram sequelas, com Cássio chamando Wilson Santiago de usurpador. Na conjuntura atual, Cássio postula a reeleição pelo PSDB, enquanto Wilson Santiago preferiu tentar retornar à militância pelo mandato de deputado federal que exerceu.
Nonato Guedes