Candidato único a senador pelo MDB, o ex-governador Roberto Paulino admitiu a jornalistas que decidiu paralisar a campanha em que pede votos ao eleitorado paraibano em virtude de dificuldades financeiras que vem enfrentando, até mesmo para o combustível dos automóveis da sua campanha. O candidato emedebista acredita que foi prejudicado no rateio dos recursos oriundos do Fundo Partidário, tanto assim que se depara com obstáculos para cumprir maratona em diversas regiões.
Paulino externou a sua confiança na ação da cúpula estadual do MDB, presidida pelo senador José Maranhão, que é candidato ao governo, no sentido de contemplá-lo com recursos a que, por lei, tem direito, para levar adiante sua propaganda como postulante a uma cadeira senatorial. Em 98, Paulino foi vice de José Maranhão na chapa em que o atual senador foi proporcionalmente o candidato mais bem votado do país. O adversário do então PMDB era o deputado Gilvan Freire, que concorreu pelo PSB e tinha a simpatia do esquema Cunha Lima. Em 2002, quando Maranhão desincompatibilizou-se para concorrer ao Senado, saindo vitorioso, Paulino encarou a disputa pelo governo estadual.
Seu principal competidor, na época, era Cássio Cunha Lima, já filiado ao PSDB. A disputa acabou sendo acirrada e Paulino, colateralmente, beneficiou-se do prestígio de Maranhão, que no primeiro turno sagrou-se senador. A performance de Paulino, levando a disputa para a prorrogação, surpreendeu aos analistas políticos e também colheu de surpresa o staff de Cássio, que teve de fazer ajustes para adaptar a campanha à rota capaz de pavimentar o terreno da vitória. Em termos de eleição presidencial, Paulino declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, enquanto Cunha Lima abria palanque para José Serra, candidato do tucanato. Lula foi vitorioso.
Com atuação fincada em Guarabira e em outras cidades do brejo paraibano, Roberto Paulino valeu-se da sua linguagem simples para dar continuidade a projetos empalmados por Maranhão e para se identificar com o eleitorado. A postura diplomática de Paulino, na avaliação dos experts, teria favorecido os seus passos e arrastado a disputa para o segundo turno. Um filho de Paulino, Raniery, postula a sua recondução à Assembleia Legislativa no pleito deste ano, enquanto Fátima, mulher do ex-governador, foi prefeita municipal de Guarabira. Roberto Paulino revelou que confia plenamente em Maranhão para a superação dos problemas ocasionados com a indisponibilidade de verbas para sua candidatura.
Nonato Guedes