A apresentadora de TV, ex-modelo e ex-primeira dama da Paraíba, Pâmela Bório, ao contrário do governador Ricardo Coutinho (PSB), com quem foi casada e teve um filho, Henri, é candidata a deputada federal nas próximas eleições e, em seu perfil na web, assume ostensivamente apoio à candidatura de Jair Bolsonaro, do PSL, tendo, inclusive, exortado internautas a orações pelo restabelecimento da saúde do capitão reformado, que foi esfaqueado em Juiz de Fora, Minas Gerais e continua convalescendo. O governador Ricardo Coutinho decidiu não concorrer a cargos eletivos este ano, alegando que ficaria no cargo até o último dia do mandato para evitar que aventureiros interrompessem o cronograma de obras que o governo estadual viria deslanchando.
Em termos de sucessão presidencial, Ricardo vinha manifestando simpatia pela candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inclusive defendendo-o das acusações e fazendo coro com os que clamam pela liberdade de Lula por considerá-lo inocente das acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os dois Ricardo e Pâmela enfrentam-se na Justiça paraibana numa polêmica cujo pano de fundo é a guarda do filho do casal. Pâmela chegou a acusar Ricardo de impedi-la de se aproximar do filho e de agredi-la. Ricardo já declarou que as acusações são falsas e que teria movido mais de uma dezena de ações criminais contra ela por calúnia e difamação em postagens na internet. Com 34 anos, Pâmela Monique Cardoso Bório foi assunto na imprensa nacional, em meio a denúncias contidas em relatório do Tribunal de Contas do Estado apontando irregularidades feitas em compras para a Granja Santana, residência oficial do governador.
Natural da Bahia em 2005 conquistou o título de Miss Senhor do Bonfim, município do interior onde nasceu, Pâmela foi tratada, na época em que convivia com Ricardo, como a primeira-dama que incomoda e mulher esfuziante, em reportagens de jornais e revistas de circulação nacional. Um post dos mais comentados de Pâmela foi o de setembro de 2012, quando, após ganhar camisolas e conjuntos de calcinha e sutiã de presente de uma marca, ela publicou no Instagram imagens das peças sobre a cama com a seguinte legenda: Presente para mim, mas quem curte é o maridão. O casamento dos dois deu-se na Granja Santana em cerimônia íntima e o ato religioso foi oficiado por Dom Aldo Pagotto, arcebispo emérito da Paraíba. Órgãos da mídia sulista chegaram a descrever Pâmela como jovem, bela e sem papas na língua.
Ricardo e Pâmela conheceram-se em 2009, quando Coutinho era prefeito de João Pessoa, numa emissora de televisão, na qual RC concedeu entrevista. Em outubro do ano seguinte, o ex-prefeito comemorava a eleição para governador e o nascimento do filho do casal, Henri Lorenzo. Pelo Twitter, Pâmela comprou brigas com adversários do então marido e chegou a bater boca com alguns deles. Sobrou até para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem ela disse sentir vergonha e asco. A mídia destacou, também, alegadas extravagâncias de Pâmela quando primeira-dama, como o fato de ter utilizado a aeronave oficial para levá-la a Minas Gerais, onde ela recebeu o prêmio de um jornal. Meses antes, a família tinha utilizado a aeronave para curtir o réveillon no Rio de Janeiro. Nos meios políticos, a bolsa de apostas gravita em torno das chances de Pâmela eleger-se, ou não, deputada federal. Se isto acontecer, sua queda-de-braço com Ricardo Coutinho continuará a ter desdobramentos mais fortes, conforme prognósticos.
Nonato Guedes