A coligação encabeçada pelo PT à Presidência da República, encabeçada por Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, que substitui Luiz Inácio Lula da Silva na cabeça e formada, ainda, por Manuela DAvilla (PCdoB-RS) como candidata a vice, tem fornecido pelo menos uma informação falsa sobre o perfil do candidato-substituto no site da web, conforme anota o jornalista Josias de Souza. Na biografia de Haddad, diz-se que ele sempre estudou em escolas da rede pública, o que é inverdade. Haddad é formado em Economia pela USP. Como prefeito de São Paulo eleito em 2012, em meio a uma conturbada aliança com Paulo Maluf, expoente do PP, foi bastante criticado e colecionou índices expressivos de rejeição.
No governo de Lula, ele ocupou o ministério da Educação e as críticas à sua atuação se amplificaram em virtude de políticas colocadas em prática e que contribuíram para que o ensino brasileiro experimente níveis baixíssimos de qualidade, com reflexos nos Estados e municípios. Haddad foi escolhido por ser da confiança pessoal de Lula, que chegou a designá-lo como advogado da sua banca como estratégia para que os dois tivessem encontros na cela da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está recolhido, após a condenação a doze anos e um mês de prisão. Ontem, Lula oficializou a entronização de Haddad como seu herdeiro na disputa presidencial em curso, após convencer-se de que o registro de sua postulação seria inevitavelmente impugnado.
Casado com Ana Estela Haddad, pai de dois filhos, Haddad nunca foi rico. Seu pai era de origem libanesa e tinha comércio atacadista em São Paulo, juntando economias suficientes para a sobrevivência da família, enquanto sua mãe era professora. A informação falsa disseminada pelo PT foi interpretada por analistas políticos como parte da estratégia para aproximar Haddad das camadas mais pobres da população. As restrições legais à candidatura de Lula despertaram reações apaixonadas como a de uma internauta que chegou a proclamar: Se Lula mandar, voto até num jumento. O desafio do substituto do ex-presidente é o de recuperar parte do rebanho petista que teria migrado para outras candidaturas como a de Ciro Gomes, daí porque a ofensiva se concentrará, com atenção especial, no Nordeste, beneficiado pela concretização, na gestão de Lula, do projeto de transposição de águas do rio São Francisco. Na página do PT referente à campanha de Haddad, o eleitor é prevenido de que Haddad também é chamado de Andrade, Andrad ou Dandão. Na sequência, a informação de que o candidato que representa o número 13 na urna eletrônica atende ligações endereçadas a qualquer um dos apelidos a ele atribuídos.
Fernando Haddad nasceu no dia 25 de janeiro de 1963. Ele desbancou, dentro do Partido dos Trabalhadores, expoentes como a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional da legenda, que aspirava a ser vice de Lula, o que a tornaria, hoje, candidata oficial como bafejo do ex-presidente e o senador Lindbergh Farias, natural de João Pessoa, Paraíba, mas com militância política no Estado do Rio, que tem sido um dos mais ardorosos defensores de Lula. O então governador da Bahia, Jaques Wagner, figurou nas especulações que antecederam a unção de Haddad, e teria como cacife o fato de ser nordestino. A escolha final de Lula prevaleceu e oficialmente Haddad já apareceu no Guia Eleitoral como o candidato-substituto.
Nonato Guedes, com agências