A vereadora Sandra Marrocos, do PSB, que é candidata a deputada federal nas próximas eleições, comandou hoje na sessão da Câmara Municipal de João Pessoa manobra que inviabilizou a concessão do título de Cidadão Pessoense ao deputado Jair Messias Bolsonaro (PSL-RJ), candidato a presidente da República. Marrocos afirmou que não há justificativa plausível para a outorga do título a Bolsonaro, já que não consta que ele tenha serviços relevantes prestados à Capital, como exige o regimento interno da Casa Napoleão Laureano.
Ex-presidente da Fundac e vereadora com atuação combativa no legislativo pessoense, Sandra Marrocos está integrada incondicionalmente à liderança política do governador Ricardo Coutinho (PSB), que tem sido solidário a Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto a ex-mulher do governador, Pâmela Bório, também candidata a deputada federal, fustiga o PT e proclama seu apoio a Jair Bolsonaro. Sandra conta que sua estratégia foi no sentido de provocar a negativa de quórum na sessão de hoje da Câmara, com isto inviabilizando-se a votação da matéria atinente á outorga de honraria a Jair Bolsonaro. Racistas e machistas não passarão, advertiu Marrocos, em rede social, após comunicar o episódio verificado hoje e o consequente desfecho.
A vereadora relatou ter contado, na manobra que empreendeu, com o apoio dos vereadores Marcos Henriques, Leo Bezerra, Tibério Limeira e Humberto Pontes. A opinião pública, tenho certeza, não concordaria com uma iniciativa esdrúxula por parte do legislativo, condecorando um político que tem posições homofóbicas e racistas e que tem disseminado o ódio junto a segmentos da sociedade brasileira, acrescentou Marrocos. Na opinião de Sandra, o recente atentado que Bolsonaro sofreu, quando foi esfaqueado ao participar de um evento de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais, pode ter sido reflexo da atmosfera odienta que o parlamentar viria pregando no papel de candidato ao Palácio do Planalto. O governador Ricardo Coutinho manifestou seu apoio ao ex-presidente Lula no episódio da sua prisão em Cabedelo e tem reiterado o ponto de vista de que os obstáculos para registro de uma eventual candidatura de Lula a presidente este ano apenas confirmam que há uma vaga de perseguição política contra o ex-presidente, temido pela popularidade de que desfruta, como consequência dos serviços prestados à população brasileira.
Nonato Guedes