O presidenciável Ciro Gomes, do PDT, detonou, ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, coincidindo com a oficialização, por ele, do nome de Fernando Haddad para candidato oficial do PT à Presidência da República. Frisou Gomes que Lula está isolado na cadeia, em Curitiba, e perdeu a visão adequada da realidade porque está cercado de puxa-sacos. Ciro criticou igualmente o PT por insistir em manter o pedido de candidatura do ex-presidente até terça-feira, não obstante Haddad já tenha promovido, ontem, o seu primeiro ato como candidato-substituto, tendo como vice a deputada Manuela DAvila (PCdoB-RS).
Ciro voltou a dizer que foi sondado para assumir a vice na chapa de Lula nas mesmas condições de Haddad, ou seja, passível de substituição em caso de fato novo. Já a candidata Marina Silva, da Rede, em campanha em Belo Horizonte, disse que o candidato Haddad vai ter que responder à população brasileira porque nos anos do governo de Dilma Rousseff e Michel Temer o PT acabou com as coisas boas que tinha feito e aumentou as coisas erradas. O presidenciável Guilherme Boulos, do PSOL, em visita a Campinas, no interior de São Paulo, fez críticas à postura de Haddad.
– Eu fiquei estarrecido de ver na semana passada o Fernando Haddad indo fazer beija-mão ao Renan Calheiros e ao Eunício Oliveira no Nordeste. Esse não é o caminho. Essa turma representa o que há de mais podre na política brasileira. Deu o golpe na Dilma, é da turma do Temer acrescentou. Sem Lula no páreo, Guilherme Boulos recebeu, ontem, manifesto de adesão à sua candidatura de 13 entidades filiadas à CUT. Já Fernando Haddad disse que o PT não errou ao esticar a corda antes de trocar Lula na chapa mas que a decisão deixou seus adversários nervosos. Eles estão com medo de um vice, provocou Haddad.
– Aconteceu de um vice assumir a cabeça de chapa. Eles estão com medo de um vice? Mas não é só um vice, é um projeto prosseguiu Haddad, falando a estudantes beneficiários do Prouni em São Paulo. Não arriscamos nada, quem está do lado certo não arriscou nada. Ficar do lado de Lula até o final não é cálculo eleitoral, ou algo, assim, menor completou. Oficializado candidato com a bênção de Lula, que foi barrado pela Justiça Eleitoral, Fernando Haddad virou alvo de adversários como Ciro e Marina mas não quis responder a provocações. Aliados sustentam que o objetivo da estratégia, caso Haddad passe ao segundo turno, é tentar construir um evento de conciliação. No evento, o petista deu a linha desse raciocínio: Não queremos agredir ninguém, até porque a gente conta com apoio no segundo turno, de quem está do outro lado.
Da Redação, com Folhapress