O pastor Estevam Fernandes, líder da Primeira Igreja Batista de João Pessoa, declarou publicamente seu voto no candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro, do PSL, por entender que ele se comporta como o mais ético dos postulantes à suprema magistratura da Nação. Bolsonaro foi convidado a participar de debate este mês, em Brasília, com mais de cem pastores, em que houve abordagem de temas polêmicas, a exemplo da ideologia de gêneros e do aborto. Também foram convidados e debateram com os pastores evangélicos os candidatos Geraldo Alckmin, do PSDB, e Marina Silva, Rede. Todos foram selecionados previamente numa consulta feita pela coordenação do encontro destinado justamente a uma tomada de posição, até em decorrência do quadro de radicalização que se verifica na disputa eleitoral deste ano.
De acordo com o relato do pastor Estevam, Jair Bolsonaro demonstrou ética para a condução dos destinos do país diante dos graves desafios que estão sendo colocados em pauta. Ele calcula que pelo menos 108 participantes acompanharam atentamente as discussões e os interessados tiveram liberdade de se dirigir aos presidenciáveis para tirar dúvidas ou confirmar impressões. Juntos, os 108 pastores representam cerca de quatro milhões de eleitores, na jurisdição das igrejas batistas que representam em diferentes regiões do país. Na opinião do pastor Estevam, trata-se de um contingente bastante expressivo, em condições de induzir os pastores a uma reflexão e consequente tomada de posição.
O pastor Estevam deixou claro que não há discriminação em relação a outros candidatos, tendo se registrado no encontro dos pastores evangélicos uma opção por aquele que poderia corresponder melhor, em tese, às expectativas de melhoria das condições de vida do povo e de respeito à liberdade de expressão no país. Jair Bolsonaro, que ainda convalesce de um atentado que sofreu há poucos dias em Minas Gerais, quando foi esfaqueado durante um evento de campanha na cidade de Juiz de Fora, é tido como um candidato polêmico que, para alguns, adota posições conservadoras e preconceituosas. O pastor Estevam, no entanto, não entrou no mérito dessas discussões, atendo-se a comunicar o desfecho da reunião dos pastores batistas e a preocupação deles em não se omitirem no contexto da realidade política brasileira.
Em outras ocasiões, o pastor Estevam tomou posições alinhadas com as de dom José Maria Pires, arcebispo emérito da Paraíba, recentemente falecido, e que se inclinava pelo apoio a candidatos de esquerda ou reformistas, comprometidos com transformações justas no âmbito da sociedade. Sempre foi evidenciado, porém, que o compartilhamento de posições nos referidos pleitos foi uma coincidência histórica, já que prevalece o respeito entre as duas religiões, dentro da política de ecumenismo que passou a vigorar nos últimos anos.
Nonato Guedes, com informações do blog Sete Candeeiros Cajá, de Dirceu Marques Galvão