O ex-deputado federal Álvaro Gaudêncio Neto, que se lançou candidato à Câmara este ano pelo Avante, queixou-se em vídeo reproduzido nas redes sociais de boicote articulado pela cúpula do seu partido mediante retenção de recursos do Fundo Partidário que lhe caberiam para atender à quitação de despesas impostas pela campanha eleitoral. Álvaro foi categórico ao denunciar que até o momento não recebeu nenhum tostão do Avante, na quota do Fundo Partidário, para gastar corretamente com a minha campanha com gastos considerados normais e necessários, além de previstos em lei.
Integrante de tradicional família política do cariri paraibano, que teve como expoentes Álvaro Gaudêncio Filho, Amir Gaudêncio e Manoel Alceu Gaudêncio, Álvaro Neto já exerceu mandato parlamentar em que se destacou pela defesa de temas de interesse da Paraíba. As queixas a respeito da distribuição de verbas do Fundo Partidário não são exclusivas de Álvaro nem afetam apenas o Avante. Há reclamações dentro do MDB, presidido pelo senador José Maranhão e no PSC, presidido pelo deputado federal Marcondes Gadelha.
A alegação é de que estão sendo priorizados com maior quantidade de recursos do Fundo candidatos familiares e outros que possuem ligações estreitas com as cúpulas, a quem cabe promover o rateio levando em consideração o potencial de postulantes para alavancar legendas nas eleições de outubro. No PSC, Marcondes teria privilegiado o seu filho, Leonardo, até recentemente presidente nacional do INSS, pretextando que ele tem cacife para se eleger à Câmara. O vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, candidato a federal, também reclamou de discriminação. No Democratas, o ex-senador Efraim Morais, presidente estadual da legenda, não esconde que resolveu priorizar a campanha de Efraim Filho à reeleição à Câmara Federal por avaliar que ele é puxador de votos dentro do elenco de postulantes a mandatos eletivos. Os dirigentes partidários refutam a insinuação de que está funcionando no pleito uma ditadura de cúpulas e tentam contornar protestos para evitar defecções prejudiciais na reta final da campanha.
Gastos na majoritária Os cinco candidatos a governador da Paraíba informaram despesas num valor total que supera os R$ 8,5 milhões nos primeiros 25 dias de campanha eleitoral. O montante equivale a um gasto médio diário de R$ 340,7 mil. Os dados foram disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral ontem. Quem mais contratou na campanha foi o candidato José Maranhão, do MDB, num total de R$ 3.455.710,36. A despesa principal foi com serviços prestados por terceiros. João Azevêdo, do PSB, contratou despesas totais de R$ 3,37 milhões. O candidato Lucélio Cartaxo, do PV, registrou despesas contratadas de R$ 1.679.575,60. E, com campanha mais modesta, o candidato Tárcio Teixeira, do PSOL, declarou despesas de R$ 2.737,76.