O advogado Túlio Gadêlha, que ganhou visibilidade nacional por ser namorado da apresentadora da TV Globo Fátima Bernardes e é militante político em Pernambuco, disputando este ano um mandato de deputado federal pelo PDT, afirmou em entrevista ao sociólogo Antônio Lavareda, cujo vídeo foi reproduzido em redes sociais, que hoje no Brasil não se acredita mais em líderes e, sim, em representantes. Ele bateu forte nas oligarquias familiares que buscam se perpetuar na política e no poder através de descendentes, observando que esse fenômeno é bastante comum, lamentavelmente, na região Nordeste.
Túlio Gadêlha se diz comprometido com a candidatura de Ciro Gomes a presidente da República e o considera preparado para dirigir o país, mas pessoalmente alega preferir que o PDT, partido a que os dois são filiados, promova alianças mais à esquerda, não ao centro ou à direita. Graduado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, Gadêlha, 30 anos, já foi candidato a vereador no Recife e a deputado federal por Pernambuco, mas não logrou êxito nas duas investidas. Na campanha atual, vale-se bastante das redes sociais mas diz que não abre mão do chamado corpo a corpo, ou seja, o contato direto com o eleitorado.
O advogado garante que não mistura o seu relacionamento com a jornalista Fátima Bernardes com a sua carreira política, mas reconhece ser inevitável que a mídia e setores da opinião pública façam uma associação entre os dois fatos e que de sua parte não há o que desmentir. Salientou que sua militância política data de algum tempo, quando participou de um grupo denominado Nós Acreditamos. Esse agrupamento, de acordo com Túlio Gadêlha, não atua apenas no período de disputas eleitorais, mantendo-se em evidência no dia a dia, acompanhando a realidade política-institucional do país e propondo alternativas. A respeito dos passos que Ciro Gomes tem empreendido, enfatizou que ele procura manter o diálogo com outras forças políticas e que isto é salutar para a própria democracia. No que diz respeito aos expoentes de oligarquias que concorrem a mandatos eletivos, Túlio Gadêlha afirma que é um direito deles o de disputar. Lamenta, entretanto, que, em sua maioria, não tenham compromisso com os interesses do povo nem qualquer histórico de lutas nesse sentido.
Nonato Guedes