O arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Manoel Delson, enfatiza que o atual momento político brasileiro está polarizado e confuso, mas alerta aos eleitores: Não podemos desanimar, devemos continuar a ser a Igreja que prega a esperança, buscando sempre ser uma voz que lembra efetivamente os direitos fundamentais. E acrescenta: Vale ressaltar que a voz que grita tais direitos deve preterir motivações interesseiras e ideológicas. A Igreja nunca deve partidarizar-se, ela deve ser livre. O anúncio proposto pela Igreja fala sempre de Jesus Cristo, fala sempre do cuidado irrenunciável da vida em todas as suas etapas. Ele é o modelo na busca de uma sociedade marcada pela justiça e direito.
Em seu artigo dominical publicado no jornal Correio da Paraíba, dom Delson adverte que o testemunho dos cristãos não pode se isentar da construção de uma sociedade mais justa e pautada na garantia dos direitos para todos. Devemos confiar no sadio progresso humano e lutar até o fim. Quando contemplamos a realidade que nos rodeia tendemos ao fatalismo e pessimismo, mas o nosso Deus não está inerte, permito-me dizer que o nosso Deus é um sonhador, que sonha a transformação do mundo e a realizou no mistério da Ressurreição, acentua dom Delson, reproduzindo declarações firmadas pelo papa Francisco.
De acordo com o arcebispo, o incontestável caos social que prolifera atualmente também tem sua raiz no abandono de Deus e nos pecados de todos: da corrupção, dos interesses ideológicos acima do bem comum. E arremata dom Manoel Delson: Que a Misericórdia de Deus nos encontre predispostos para o exercício da justiça e do direito, e que não nos falte o compromisso sincero com a transformação do mundo. O sonho de Deus, de transformar o mundo, passa pelas nossas mãos unidas em favor de todos.
Nonato Guedes