Os aliados e simpatizantes mais fanáticos do candidato do PSL a presidente da República Jair Bolsonaro costumam compará-lo a um pão-de-ló dizem que quanto mais batem nele, mais ele cresce na preferência popular, faltando poucos dias para o primeiro turno das eleições que decidirão quem será o novo presidente da República. Sem ideias consistentes a oferecer, tendo intervenções desastrosas em debates, e sem dispor de uma mega-estrutura do ponto de vista de diretórios partidários, Bolsonaro é descrito pelos adversários como uma ameaça ao regime democrático, em virtude da sua própria postura pessoal agressiva ele já insultou mulheres, negros, jornalistas e expoentes de grupos sociais minoritários.
Estão convocadas para o final deste mês manifestações grandiosas articuladas por Coletivos de Mulheres em diversos Estados que são assumidamente anti-Bolsonaro e fazem campanha ostensiva contra ele nas redes sociais, apontando-o como racista, misógino e despreparado. Bolsonaro, porém, conseguiu vencer resistências junto a remanescentes da própria cúpula das Forças Armadas hoje, pelo menos uma dezena de generais e brigadeiros reformados está empenhada ativamente na propagação da sua campanha pelo país. Esses oficiais mobilizaram-se, principalmente, depois que o candidato foi hospitalizado, vítima de uma facada durante evento de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Para analistas favoráveis a Bolsonaro, ele se tornou um fenômeno alimentado pelos próprios adversários ou inimigos. Outros observadores chamam a atenção para o fato de que não há plataforma de candidato por parte de Bolsonaro versando sobre uma gama de assuntos de interesse urgente dos brasileiros. Ele optou por escolher uma nota só a questão da segurança pública. E este é um dos mais preocupantes temas da sociedade, em quaisquer níveis. Em julho, a mídia dizia que o desafio de Bolsonaro era manter a dianteira na disputa presidencial sem coligações, sem estrutura partidária e com apenas sete segundos diários de propaganda eleitoral. Eis que veio o atentado em Juiz de Fora- e Bolsonaro virou mito, mesmo confinado a uma sala de hospital. Em julho, as projeções sinalizavam que as intenções de voto em Bolsonaro alcançavam perto de 30 milhões de eleitores. Sem Lula, ele liderou pesquisas em praticamente todos os estados, à exceção de Ceará e Pernambuco. Com a entrada de Fernando Haddad como substituto de Lula, ganhou um nome para polarizar. Está entre os dois a perspectiva de desfecho da eleição presidencial não por acaso, Bolsonaro e Haddad representam forças do extremo ideológico, à direita e à esquerda.
Numa das entrevistas que concedeu no início da campanha, Jair Bolsonaro queixou-se de que as pesquisas eleitorais subestimavam o seu potencial. E explicou: Alguns especialistas dizem que eu tenho o que eles chamam de voto envergonhado. Há pesquisas mostrando que mais ou menos 80% dos que votam em mim não mudam o voto. Mais do que isso: esse pessoal é um feroz defensor meu, e isso vai fazer a diferença na reta final.
Nonato Guedes