Entre os cinco candidatos ao governo da Paraíba, apenas o socialista João Azevêdo, apoiado pelo governador Ricardo Coutinho, não apresentou propostas para o futuro da Granja Santana, residência oficial dos governadores, por entender que este não é o momento para discutir o assunto e que o assunto não é prioritário em face de outras urgências da população paraibana. Os candidatos José Maranhão (MDB), Lucélio Cartaxo (PV), Rama Dantas (PSTU) e Tárcio Teixeira (PSOL) revelaram possuir propostas para o espaço.
– Se o problema da Paraíba fosse a Granja, já estaria resolvido desconversou João Azevêdo quando indagado em debates e entrevistas. Para o postulante, trata-se de uma questão muito pequena para receber atenção especial, se comparada com desafios graves que afligem os paraibanos. Eu quero discutir propostas para a Paraíba e desejo contribuir para que os paraibanos tenham oportunidades concretas que os favoreçam, enfatizou João Azevêdo. A Granja Santana foi adquirida pelo Estado no final do governo João Agripino, no começo da década de 70, para manter a privacidade de gestores que, antes, residiam no próprio Palácio da Redenção ou em imóveis locados.
A polêmica sobre a Granja eclodiu no primeiro governo Ricardo Coutinho, em meio a denúncias de superfaturamento na compra de gêneros e até enxoval para a ex-primeira-dama Pâmela Bório. Os gastos teriam sido ordenados pela Casa Civil por orientação expressa do governador e chamaram a atenção de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Uma outra questão diz respeito ao governador residir no local. José Maranhão, que ocupou a Granja em três oportunidades, diz agora que vai transformar o espaço em um grande centro de tecnologia e informação. Até porque o custo de manutenção é muito alto. Só de policiais, são mais de 100, o que seria suficiente para garantir a segurança em inúmeros municípios, justifica Maranhão.
Lucélio Cartaxo frisou que não pretende residir na Granja, que fica situada no bairro de Miramar e lembra que uma de suas propostas, apresentadas na campanha, é a de transformar o espaço em um parque jardim. O nosso governo será feito para a população e não para poucos. Vamos apresentar projetos que levem inovações para a Granja, assim como ocorre com o Parque da Lagoa e o Parque da Bica, na Capital, adiantou. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB), candidato à reeleição, não morou na Granja alegando que ela lhe trazia maus fluidos, mas o seu pai, Ronaldo, já falecido, ali morou quando tomou posse em 1991. Rama Dantas chegou a dizer que se for eleita vai acabar com o que chamou de farra da Granja, aludindo aos gastos com compra de camarão, lagosta e bebidas importadas. A Granja deve estar a serviço dos trabalhadores e não para encher o bucho do governador de plantão. Tárcio Teixeira prometeu que o destino da Granja será decidido pela população.
Da Redação, com Correio da Paraíba