Contrariando pesquisas eleitorais que a indicavam como líder desde o início da campanha, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), não conseguiu se eleger senadora por Minas Gerais ela obteve 15,21% dos votos e ficou em quarto lugar, quando já haviam sido computadas 98% das urnas. Dilma enfrentou processo de impeachment quando estava no segundo mandato na presidência da República, acusada de pedaladas fiscais e outras irregularidades administrativas, mas não chegou a perder seus direitos políticos graças a uma emenda à Constituição de autoria do senador alagoano Renan Calheiros, do MDB.
A ex-presidente lidera uma lista de famosos derrotados nas urnas este ano ao Senado, a exemplo de Eduardo Suplicy, em São Paulo e o paraibano Lindbergh Farias, no Rio ambos do PT. No caso de Dilma, ela e petistas encaravam sua eleição como espécie de compensação e reconhecimento de que houve injustiça no impeachment de 2016, decretado pela Câmara dos Deputados, mas não foi isto que aconteceu. Durante a campanha, Dilma foi recebida como estrela em eventos pela militância e enfrentou poucos episódios de hostilidade. Ontem, foi vaiada na seção eleitoral mas também recebeu gritos de apoio e abraços.
A eleição da ex-presidente era prioritária para o Partido dos Trabalhadores. Com um teto de gastos da ordem de R$ 4,2 milhões, a petista havia recebido R$ 5.201,928,82 até sábado, dia 6. As despesas contratadas somaram R$ 4,17 milhões. Dilma declarou à Justiça um patrimônio de R$ 1,94 milhão. Em 2014, declarou R$ 1,75 milhão. Fontes petistas asseguram que não estava nos planos de Dilma voltar às urnas tão cedo. O pedido partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes de ser preso em Curitiba. Dilminha, vá para Minas, teria dito o líder petista. Na campanha, Dilma visitou 25 cidades, sempre com forte esquema de segurança.
No Rio, Lindbergh Farias, ex-presidente da UNE, que liderou o movimento dos caras-pintadas pelo impeachment de Fernando Collor de Mello em 92, foi atropelado por Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável Jair Bolsonaro, escolhido para disputar o segundo turno de presidente da República com Fernando Haddad, do PT. No Paraná, o tucano Beto Richa foi derrotado depois de uma campanha tumultuada em que chegou a ser preso. Meu plano, agora, é descansar, reagiu Richa. Em Minas Gerais, no reverso da medalha, o senador Aécio Neves, do PSDB, conseguiu se eleger deputado federal em meio ao desgaste que enfrentou por envolvimento na Operação Lava Jato.
Nonato Guedes, com agências