A deputada federal Luíza Erundina (PSOL-SP), reeleita pela sexta vez, será a integrante mais velha da nova legislatura a se instalar em janeiro de 2019 ela terá 84 anos de idade no dia da posse. Natural de Uiraúna, na Paraíba, com especialização em Assistência Social, Luíza Erundina trabalhou na superintendência do Iapas em João Pessoa na gestão do bacharel Amir Gaudêncio, já falecido, e embarcou com familiares para tentar a sobrevivência em São Paulo.
Na capital paulista, vinculou-se à militância política, tendo sido eleita prefeita pelo Partido dos Trabalhadores na década de 1990. Fez uma gestão tumultuada, inclusive, devido a cobranças constantes de segmentos do PT, já à época divididos em alas. A trajetória de Erundina foi contada em livro pelo jornalista e seu conterrâneo José Nêumanne Pinto, editorialista do jornal O Estado de S. Paulo e articulista de outras publicações. A vitória de Erundina, não obstante, foi um marco na história do PT, principalmente, no capítulo da política de alianças que sempre gerou controvérsias internas. A parlamentar foi alvo de censura quando, no governo Itamar Franco (PMDB) que sucedeu a Fernando Collor de Mello devido ao seu impeachment, aceitou convite para ser secretária de Administração do governo federal, com status de ministério.
Erundina decidiu, então, romper com o Partido dos Trabalhadores e migrou para o Partido Socialista Brasileiro, PSB, que atualmente na Paraíba é dirigido pelo governador Ricardo Coutinho. A deputada, também em função de divergências internas, migrou de partido outra vez, filiando-se ao PSOL. Ela teve posições firmes na Câmara pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e condenou atitudes políticas e administrativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sempre manteve boas relações com o governador paraibano Ricardo Coutinho, mesmo quando se desligou do PT e PSB. A deputada foi uma das mais votadas no último domingo, tendo alcançado cerca de 176 mil sufrágios em São Paulo, o que lhe garantiu a recondução Ganhou notoriedade quando liderou movimentos de deputadas no plenário ena tribuna da Câmara contra o então presidente Eduardo Cunha (MDB-RJ), que acabou destituído do cargo e preso, por envolvimento em irregularidades detectadas pela Operação Lava Jato.
Nonato Guedes, com Estadão