O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), que está concluindo um período de oito anos à frente do poder, confirma sua atuação na linha de frente da campanha do petista Fernando Haddad no confronto com Jair Bolsonaro (PSL) neste segundo turno da disputa presidencial. A gente priva de uma mesma preocupação, que não é a preocupação de eleger o presidente, mas a preocupação com a Nação, que nunca esteve tão em risco como agora, enfatizou o socialista. Ele não comenta as especulações de que possa vir a ocupar um ministério na hipótese da vitória de Haddad.
Na semana passada, o governador integrou comitiva de gestores nordestinos que tiveram um encontro com o presidenciável petista. Ricardo tem cobrado, através de redes sociais, que o candidato adversário, Jair Bolsonaro, não fuja de debates, salientando que isto seria um desrespeito à sociedade, impedindo-a de conhecer as ideias concretas que ele tem com relação aos problemas do país. Em reunião com militantes do PSB, PT e partidos aliados, Coutinho recomendou muita conversa com os eleitores para conseguir votos para Fernando Haddad. Por sua vez, o governador eleito João Azevêdo (PSB) diz que está afinado com o pensamento de Ricardo e, pessoalmente, acredita que Haddad é o melhor nome para o Nordeste por ter sensibilidade para com as demandas da região.
Já a campanha de Bolsonaro na Paraíba, que contava com a liderança de Julian Lemos, vice-presidente nacional do PSL, eleito deputado federal, também conta com o reforço ostensivo do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSDB, que chegou a participar de um encontro com o presidenciável, dele obtendo garantias de apoio financeiro aos pleitos da cidade caso seja eleito. Ainda no primeiro turno, Romero seguiu a tendência de lideranças tucanas que abandonaram o barco do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) antes do resultado das urnas. O deputado estadual João Henrique e sua mulher Edna, eleita deputada federal, também se dizem integrados à campanha de Bolsonaro. Romero Rodrigues é enfático: Não dá para continuar do jeito que está. Acho que tivemos uma crise que é profunda, uma crise econômica, uma crise ética, uma crise de conceito. Portanto, a minha posição já está tomada independente da posição do partido. Não há previsão, até agora, de data para vinda de Bolsonaro e de Haddad à Paraíba neste segundo turno.
Nonato Guedes