A renovação de 39% na composição da Assembleia da Paraíba para a legislatura cujo próximo biênio começa em fevereiro ainda ocasiona dúvidas quanto ao desempenho de parlamentares que vão se incorporar ou se reintegrar à militância na vida pública. Entre os quadros novos pelos quais o eleitorado optou no primeiro turno das eleições gerais figuram Walber Vigolino, do Patriota, remanescente da Polícia Civil, Aparecida Ramos, professora universitária, ex-secretária de Desenvolvimento Humano do Estado e ex-candidata a prefeita de João Pessoa, Polyana Dutra, do PSB,ex-prefeita de Pombal, Paula Francinete (PP), esposa do prefeito de Cajazeiras, José Aldemir Meirelles, Moacir Rodrigues, do PSL e Eduardo Carneiro, do PRTB.
O cientista político Lúcio Flávio Vasconcelos advertiu em entrevista que a renovação não significa necessariamente inovação. Teremos uma Assembleia Legislativa com maioria governista ,como nos anos anteriores. Isto demonstra que o Legislativo estadual continuará caudatário dos ditames do Palácio da Redenção e não dos interesses dos paraibanos, ressaltou Lúcio Flávio, doutor em História Política pela USP e professor da UFPB. Lembrou que em períodos anteriores a renovação foi de 45% e isto se dá por causa do desgaste dos políticos diante dos eleitores.
A atual legislatura, cujo mandato se encerra em 30 de dezembro, conta com 50% dos parlamentares na faixa etária de 45 a 59 anos. Na futura, o integrante mais jovem será Wilson Filho, do PTB, com 29 anos, e o mais velho o deputado João Henrique, do DEM, com 75 anos. O cientista político e também professor da UFPB José Henrique Artigas considera que a renovação foi inferior aos 52% de renovação que a Assembleia da Paraíba experimentou em 2014. Em depoimento ao Correio da Paraíba, Artigas observou que entre os 50 parlamentares eleitos no Estado, entre deputados estaduais, federais e senadores, 80% deles são de famílias tradicionais na política, o que, a seu ver, reforça o caráter conservador expresso no pleito no que diz respeito à participação popular. Os novatos que irão compor a nova formatação da Casa representam regiões do Estado como Litoral, Brejo e Sertão.
Nonato Guedes, com Correio da Paraíba