Numa entrevista concedida ontem ao Correio Debate, da rádio 98 FM do Sistema Correio da Paraíba de Comunicação, o candidato a presidente da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, condenou o que chamou de onda de mentiras que o Partido dos Trabalhadores viria espalhando contra ele neste segundo turno da campanha, em que enfrenta o ex-ministro Fernando Haddad. O parlamentar-candidato também reservou críticas para o governador Ricardo Coutinho, do PSB, apoiador de Haddad, por ter dito que o confronto atual se dá entre a barbárie e a civilização, esta representada por Haddad. Parece que ele (o governador) está falando para gente de outro planeta. Nunca o Brasil e o mundo viram corrupção dessa magnitude. O Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) está preso por lavagem de dinheiro e corrupção. Isso é barbárie? Acho que é, porque dinheiro que era para Saúde, Educação, Segurança, foi para o bolso desses caras, enfatizou Bolsonaro.
Repelindo insinuações do seu adversário Fernando Haddad, o candidato do PSL disse que não tem motivos para temer o debate e que, se ele não aconteceu ainda, deveu-se às sequelas do ataque que sofreu, quando foi esfaqueado em Juiz de Fora, Minas Gerais, durante evento de campanha. Bolsonaro avaliou que Haddad está perdido e tenta a todo custo buscar mais simpatia e votos, porém, o PT não desperta confiança por causa da postura antiética em vários episódios. Considerou falaciosa a insinuação de que pretenda acabar com o Bolsa Família, se for eleito, observando que, pelo contrário, sua intenção é a de conceder o décimo terceiro salário correspondente a esse programa. Contestou, também, as alegações de que não respeita a democracia. O PT discursa pregando que respeita a democracia, mas apoia o governo da Venezuela e sempre frequentou o de Cuba, na Era Fidel Castro. Quando o pai do atual ditador coreano Kim Jong-un morreu, o PT apresentou um voto de condolências. Também arranjou dinheiro nosso, do BNDES, para ditaduras da África e da América do Sul. O PT diz que quer tirar poderes do Ministério Público, que quer anular o Tribunal Superior Eleitoral e, por último, insiste no controle social da mídia. O que é isso? É censura, atacou Bolsonaro.
– Qual é a ameaça que eu, Jair Bolsonaro, sou para o Brasil? Nenhuma. Um militar é escravo da Constituição prosseguiu o presidenciável. Ele rechaçou de forma veemente os boatos de que cogite privatizar hospitais universitários no país. Deixou claro que é favorável à privatização de outras estatais, mas caso chegue à Presidência os HUs, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Petrobras e outras estatais não sofrerão privatização. Os recursos para a implantação do décimo terceiro salário a beneficiários do Bolsa Família, de acordo com Bolsonaro, serão assegurados com o que vai ser economizado nos desvios provenientes de casos de corrupção. A questão dos Hospitais Universitários é mais um ato de terrorismo político praticado pelo Partido dos Trabalhadores, em visível desespero. Eu quero é paz, tranquilidade, empregos, abrir a economia, jogar pesado na segurança, asseverou Bolsonaro. Estando a menos de duas semanas da realização do segundo turno, Bolsonaro lembrou que está sendo constantemente desafiado pelo PT para debates. Estou me recuperando de um problema grave. Haddad, quando era prefeito de São Paulo, ficou uma semana afastado por causa de uma rinite, comentou Bolsonaro, em tom de ironia.
Nonato Guedes