O presidente estadual do PSOL e ex-candidato a governador Tárcio Teixeira tornou público que neste segundo turno da eleição presidencial votará no candidato Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, por entender que ele se constitui em alternativa à ameaça fascista, representada, a seu ver, pela candidatura de Jair Bolsonaro, do PSL. Tárcio, que no primeiro turno votou na candidatura própria do PSOL à presidência, disse que com o apoio a Haddad está relevando eventuais diferenças com o Partido dos Trabalhadores, até porque entende que essas diferenças são fichinhas em comparação com a incompatibilidade que ele diz nutrir pela candidatura do capitão reformado Jair Bolsonaro.
O ex-candidato a governador avalia que Bolsonaro foi conivente com o governo do presidente Michel Temer na retirada de direitos dos trabalhadores brasileiros e de outras conquistas que haviam sido alcançadas pela sociedade. Desse ponto de vista, considera que a candidatura do PSL representa um retrocesso no sistema político brasileiro, inclusive, por incorporar outros elementos condenáveis como o racismo e a homofobia. Tárcio Teixeira lamentou que pessoas que conhece e que respeita estejam cerrando fileiras em torno da candidatura de Bolsonaro a pretexto de combater erros cometidos pelo PT. O projeto nacional, de país, está muito acima das críticas ao PT, assevera, dizendo-se orgulhoso da postura assumida pela deputada federal por São Paulo, Luíza Erundina, que é natural de Uiraúna, na Paraíba, e que em encontro com professores foi taxativa ao se definir como uma combatente do fascismo representado por Bolsonaro.
Tárcio Teixeira conta que a primeira e única vez em que se aliou ao Partido dos Trabalhadores aconteceu no segundo turno das eleições presidenciais de 2002. Considera que o PSDB, com o baixo desempenho alcançado nas eleições presidenciais deste ano, através da candidatura de Geraldo Alckmin, deu provas de que está afundando e sofrendo forte rejeição dos segmentos formadores de opinião na sociedade. A postura de Bolsonaro, por outro lado, conforme seu entendimento, é reacionária e intolerante, derivando para o racismo e a homofobia. Ele incentiva claramente a cultura do ódio e esta não é a alternativa desejada pelos setores politizados da população, afirma o ex-candidato a governador, acrescentando: Sou 50 mas vou de 13 no segundo turno.
O ex-candidato a governador adiantou que sua postura não se resume ao voto anti-Bolsonaro mas se traduz na participação em eventos públicos organizados por apoiadores da candidatura do petista Fernando Haddad a fim de conscientizar parcelas do eleitorado que ainda estejam desinformadas sobre o que representa de negativo na candidatura do capitão Jair Bolsonaro. Ao analisar a disputa pelo governo do Estado, admitiu não ter ficado inteiramente feliz com a votação que alcançou como candidato, mas agradou-lhe a atitude do eleitorado ao renegar expressões de oligarquias locais, como os senadores Cássio Cunha Lima, do PSDB, e José Maranhão, do MDB, que sempre quiseram se eternizar no poder. Por fim, Tárcio Teixeira conclamou a maioria do eleitorado a fazer frente contra a candidatura de Bolsonaro, apoiando a candidatura de Fernando Haddad ao Palácio do Planalto.
Nonato Guedes