O presidente do diretório regional do PSDB na Paraíba, deputado federal eleito Ruy Carneiro, informa que até amanhã a agremiação deverá se reunir para decidir posição no segundo turno da eleição presidencial, travado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). O dirigente revelou que mesmo alguns tucanos já tendo declarado apoio a um dos candidatos, muitos ainda se mantêm dúvida sobre qual posição tomar. Teremos esse encontro e definiremos em conjunto, anunciou Ruy, em entrevista ao programa radiofônico Correio Debate, da rádio 98 FM.
Ao comentar a perspectiva de investidura do senador Cássio Cunha Lima na presidência estadual do PSDB, tão logo termine o atual mandato, para o qual não foi reeleito, Ruy observou que não se trata de prêmio de consolação pelo resultado adverso na eleição. É uma equação lógica. Por não estar com mandato a partir do próximo ano, o senador terá mais tempo para se dedicar ao partido, assim como fizemos. Cássio vai ter essa missão, que não é desonrosa para ninguém. Vamos nos organizar para as próximas eleições e ele será o condutor do processo.
Ao revelar bastidores do recente processo eleitoral para o governo da Paraíba, que culminou com a vitória em primeiro turno do candidato do PSB, João Azevêdo, apoiado pelo governador Ricardo Coutinho, Ruy citou que o Plano A das oposições começou a dar errado com o lançamento da candidatura do senador José Maranhão, do MDB. Nós não conseguimos executar nessa campanha de governador o nosso Plano A, que seria a candidatura do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo. Com a candidatura de José Maranhão, que era legítima, gerou-se um desconforto e Luciano preferiu permanecer na prefeitura. A gente não podia dizer, mas desorganizou o jogo, confessou. Luciano, no final das contas, foi substituído na cabeça de chapa pelo irmão gêmeo Lucélio, cuja vice foi Micheline Rodrigues, esposa do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSDB. Achapa ficou em segundo lugar e foi derrotada por João Azevêdo.
No resumo da ópera, o deputado eleito Ruy Carneiro sintetizou: As eleições nos mostraram três coisas que influenciaram: onda do PT no Nordeste, a onda de Bolsonaro e a onda do dinheiro. Eu fiquei abismado com os gastos nesta eleição. As duas candidaturas da oposição, a de Maranhão e a de Lucélio, não estavam ligadas a nenhuma dessas ondas. A de João Azevêdo estava ligada à onda do PT e do apoio a Lula. Isso ajudou a ampliar a votação dele, concluiu.
Nonato Guedes