Pedagoga, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a paraibana Fátima Bezerra foi a única mulher eleita governadora no país. Candidata pelo Partido dos Trabalhadores, pedagoga, natural da região do cariri paraibano, ela liderou a corrida sucessória potiguar desde o primeiro turno e, ontem, obteve 57,4% dos votos, contra 42,53% de sufrágios de Carlos Eduardo, do PDT, filho do ex-prefeito Agnelo Alves, cassado pela ditadura militar. Carlos Eduardo foi deputado estadual e quatro vezes prefeito de Natal, a capital do Estado.
Fátima Bezerra derrotou uma tradicional família de políticos do Rio Grande do Norte. Carlos Eduardo é sobrinho do ex-ministro Garibaldi Alves, filho do ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, esse único citado na Operação Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O pedetista renunciou à prefeitura de Natal para concorrer a governador. Com a eleição de Fátima Bezerra, o PT conquistou governos de quatro Estados, todos na região Nordeste, tendo sido vitorioso também na Bahia, no Piauí e no Ceará. A governadora construiu sua carreira nas redes públicas de educação de Natal e do Rio Grande do Norte. Atuou na área de direitos humanos, meio ambiente e na defesa dos direitos dos trabalhadores e das mulheres.
Na Paraíba, o candidato a presidente da República Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, foi vitorioso no segundo turno das eleições, obtendo 64,81% dos votos contra 35,19% conferidos a Jair Bolsonaro, do PSL. Entretanto, o presidente eleito Jair Bolsonaro foi o vencedor das eleições em João Pessoa e Campina Grande. Na Rainha da Borborema, segundo colégio eleitoral do Estado, o prefeito Romero Rodrigues, do PSDB, ligado ao senador Cássio Cunha Lima, que não foi reeleito senador, declarou apoio e engajamento à campanha de Bolsonaro tão logo ficou desenhado, no segundo turno, o confronto com Haddad.
O prefeito de Campina Grande chegou a manter um encontro, no primeiro turno, com o então candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro, pedindo-lhe apoio, caso fosse eleito, para pleitos de interesse da população de sua cidade. O então presidenciável assegurou que se empenharia para atender às demandas da população paraibana e, em especial, da população de Campina Grande. O candidato Fernando Haddad teve apoio do governador paraibano Ricardo Coutinho, que elegeu seu sucessor, João Azevêdo (PSB) logo no primeiro turno. Ricardo decidiu não concorrer ao Senado, permanecendo à frente do cargo para, conforme explicou, garantir a continuidade de obras e serviços que já haviam sido deflagrados pela sua gestão. O governador eleito João Azevêdo diz manter a expectativa de que a Paraíba não seja discriminada no governo de Bolsonaro, compromisso que foi assumido por este quando candidato no primeiro turno.
Nonato Guedes