Em entrevistas a órgãos de comunicação e manifestações em redes sociais, o presidente do diretório do Partido dos Trabalhadores na Paraíba, Jackson Macêdo, preconizou, ontem, que o PT deve liderar a oposição no país e, ao mesmo tempo, promover uma avaliação interna para a coordenação desse processo. Salientou que a expressiva votação alcançada pelo candidato Fernando Haddad, que substituiu a Luiz Inácio Lula da Silva, credencia o ex-prefeito de São Paulo a papel preponderante na condução do processo de resistência ao governo de Jair Bolsonaro, que toma posse em janeiro.
Jackson Macêdo disse que a resistência se impõe diante de atitudes que, a seu ver, refletiriam ameaças ao regime democrático na gestão de Bolsonaro, bem como sinalização de exclusão ou eliminação de avanços e conquistas já obtidas pela sociedade brasileira ao longo dos últimos anos. O presidente estadual do PT opinou que o processo de mobilização, na oposição ao governo de Bolsonaro, deve atrair obrigatoriamente outros partidos, movimentos sociais representativos, artistas, intelectuais e segmentos realmente comprometidos com o Estado de Direito. Para ele, Bolsonaro continua formulando ameaças, a exemplo da que versa sobre extinção do ministério da Cultura. Referiu-se, igualmente, a comentários negativos do presidente eleito sobre órgãos de comunicação como a Folha de São Paulo. Para Jackson, a liberdade de expressão corre perigo real e não imaginário.
O dirigente petista paraibano não quis tecer abordagem sobre a reivindicação de outros contingentes partidários para liderar a oposição ao governo Bolsonaro, a exemplo do ex-candidato Ciro Gomes, do PDT. Entende, todavia, que o PT e Haddad estão credenciados a um papel de liderança porque foram depositários de milhões de votos contra o candidato do PSL e de grupos de extrema-direita. Mencionou, igualmente, vitórias alcançadas por candidatos do PT a governos, como em quatro Estados do Nordeste. Ele se disse particularmente feliz com a vitória alcançada por Fernando Haddad na Paraíba sobre Jair Bolsonaro. Na avaliação de Jackson Macêdo, há espaços viáveis para organização da frente democrática e de oposição ao presidente eleito. Afinal, ele não teve unanimidade e mesmo depois de eleito continua a enfrentar altos índices de rejeição popular, finalizou Macêdo.
Nonato Guedes