O deputado federal Efraim Filho, do Democratas-PB, não vê contradição no apoio do partido à futura administração do governador João Azevêdo (PSB) enquanto no plano nacional o DEM tende a ficar na base de sustentação do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que derrotou o candidato do PT, Fernando Haddad. Efraim ressaltou que as peculiaridades políticas locais são bastante conhecidas da opinião pública e se prontificou, inclusive, a fazer a ponte entre Azevêdo e Bolsonaro para a discussão e encaminhamento de pleitos e reivindicações do estado da Paraíba.
Ele salientou que a permanência do DEM na base de Bolsonaro fica reforçada com a nomeação do democrata OnyxLorenzoni para a chefia da Casa Civil da presidência da República. De acordo com o parlamentar paraibano, há uma identidade do Democratas com a agenda que Bolsonaro vem anunciando em relação aos mais diferentes problemas nacionais. Da mesma forma, lembrou que o DEM já participa do atual governo de Ricardo Coutinho na Paraíba, inclusive, ocupando secretaria de Estado e que deverá continuar sendo prestigiado no governo de João Azevêdo, com quem também o partido possui afinidades relacionadas com a agenda de desenvolvimento da Paraíba.
A mídia nacional destacou, ontem, que na região Nordeste o PT elegeu governadores em quatro Estados, o PSB em dois e o PCdoB em um. Com base na avaliação das situações regionais, a mídia prognosticou que parlamentares alinhados com a candidatura de Bolsonaro terão que fazer um verdadeiro malabarismo para conciliar o apoio ao novo presidente da República e aos gestores estaduais. Na Paraíba, Ricardo Coutinho que está concluindo oito anos de mandato se reaproximou do Partido dos Trabalhadores antes mesmo da campanha eleitoral, trazendo os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para acompanharem o andamento dos trabalhos do projeto de transposição das águas do rio São Francisco.
Na campanha eleitoral, Ricardo engajou-se ostensivamente no palanque de Fernando Haddad, fazendo duras críticas a Jair Bolsonaro e atraindo o seu candidato João Azevêdo, que, por questão de estilo, adotou tom mais moderado. A coordenação da campanha de Bolsonaroficou sob a responsabilidade de Julian Lemos, braço-direito do candidato vitorioso no Nordeste e ele próprio candidato a deputado federal, tendo alcançado uma votação expressiva. Bolsonaro vitoriou no segundo turno em centros urbanos relevantes como João Pessoa, Campina Grande e Cabedelo. Em Campina Grande, o carro-chefe da campanha de Bolsonaro foi o prefeito Romero Rodrigues, do PSDB, que apoiou a candidatura oposicionista representada por Lucélio Cartaxo (PV) e a candidatura à reeleição ao Senado do tucano Cássio Cunha Lima, que foi derrotado, num episódio que surpreendeu a analistas políticos.
Romero chegou a estar com Bolsonaro no segundo turno da campanha e dele colheu a promessa de que não discriminaria a Paraíba em virtude de posições políticas dos governantes estaduais. O prefeito de Campina é francamente otimista quanto ao apoio federal para liberar recursos para obras que considera essenciais ao desenvolvimento de Campina Grande. Já foi feito um convite a Bolsonaro para que, em junho do próximo ano, prestigie o São João de Campina Grande e, ao mesmo tempo, inaugure obras resultantes das primeiras ações de seu governo. O presidente eleito aceitou o convite.
Nonato Guedes