O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (Partido Verde) manifestou em entrevista à imprensa na manhã de hoje a expectativa de que o governador eleito João Azevêdo (PSB), que tomará posse no dia primeiro de janeiro, adote um comportamento republicano e firme parcerias com a atual administração da Capital para execução de projetos e obras de interesse da coletividade. Ele chegou a exortar o futuro governador a demonstrar autonomia quanto à suposta tutela do atual governador Ricardo Coutinho, que o apoiou decisivamente, ponderando que a gestão de Ricardo prejudicou os pessoenses ao não firmar parcerias institucionais devido a divergências políticas.
Luciano participou de evento da sua administração e não se furtou a tecer comentários e análises sobre as causas da derrota das oposições, que lançaram dois candidatos ao governo em 2018 e foram superadas pela hegemonia eleitoral de Azevêdo no primeiro turno. O irmão gêmeo do prefeito da Capital, Lucélio, foi candidato a governador pelo PV, tendo como vice a doutora Micheline, esposa do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSDB. Também concorreu na faixa oposicionista o senador José Maranhão, do MDB, que ficou em terceiro lugar na apuração final dos resultados do pleito. Maranhão atraiu o PR, do deputado federal Wellington Roberto, para composição, e lançou apenas um candidato ao Senado, o ex-governador Roberto Paulino, que não logrou ser vitorioso.
Para o prefeito de João Pessoa, a leitura sobre os números ou resultados das eleições deste ano na Paraíba é muito fácil. A derrota das oposições, conforme sua análise, deve ser interpretada pela dificuldade registrada na unidade para enfrentar o esquema liderado pelo governador Ricardo Coutinho. A dificuldade de união ficou patente, conforme Luciano, na demora com que foi lançada a candidatura de Lucélio, faltando praticamente sete meses para a eleição propriamente dita. Enquanto isso, observa, o candidato João Azevêdo, que era o nome in peectoris do governador Ricardo Coutinho, percorria municípios do interior do Estado na condição de ungido do oficialismo. Desse ponto de vista, foi uma disputa desigual para as oposições, comentou.
Luciano Cartaxo recusou-se, entretanto, a identificar possíveis vilões que teriam dificultado a vitória das oposições nas eleições estaduais de 2018, observando que não se julga autorizado a fazer tal julgamento. De resto, ele salientou que defende a parceria administrativa com João Azevêdo por causa de prioridades que afetam os interesses da população pessoense e que não tiveram andamento até agora por má vontade do governador Ricardo Coutinho. Ele pontuou, ainda, que sempre foi favorável a parcerias institucionais, quer com governos estaduais ou com o governo federal e também com instituições que possam prestar benefícios e serviços à comunidade. É nesta expectativa que me coloco, diante do governo que vai se instalar em janeiro, frisou.