O deputado federal paraibano Marcondes Gadelha (PSC), que está concluindo o mandato, regozijou-se com o pastor Everaldo, presidente nacional da legenda, pela contribuição que foi dada à renovação do processo político com a escolha de candidatos a governador identificados com o sentimento popular em pelo menos dois Estados importantes, o do Rio, onde foi eleito Wilson Witzel, e o do Amazonas, Wilson Lima. Os dois recém-eleitos estiveram reunidos com a direção nacional do PSC e na ocasião expuseram linhas de ação que pretendem desenvolver, beneficiando as populações dos seus Estados. O representante paraibano acompanhou a reunião e destacou o papel desempenhado pelo pastor Everaldo para a consolidação de conquistas pelo PSC.
Marcondes, que já foi senador pela Paraíba na década de 80, bem como candidato a governador, não concorreu a um novo mandato na Câmara Federal, preferindo abrir espaço para seu filho, Leonardo Gadelha, ex-presidente nacional do INSS, que por margem ínfima de sufrágios não conseguiu se efetivar na titularidade. Já Marcondes assumiu excepcionalmente a cadeira na Câmara dos Deputados, com a vaga decorrente da morte do deputado federal Rômulo Gouveia (PSD), que compôs a coligação da qual Gadelha fez parte em 2014. No breve período de atuação, em seu retorno à Câmara, Marcondes participou de discussões para apresentação de emendas ao Orçamento da União beneficiando a Paraíba e reforçou outros pleitos de interesse doestado, conduzidos pela bancada.
Com a tônica da campanha eleitoral deste ano dominando as atenções em Brasília e nos Estados, Marcondes não teve espaço para aprofundar o debate sobre um tema que lhe é particularmente caro o da transposição das águas do rio São Francisco. Em outras legislaturas, Gadelha participou ativamente de discussões suscitadas em assembleias realizadas em diferentes Estados da região Nordeste, defendendo com ardor o projeto de interligação de bacias como uma espécie de redenção para as populações do semiárido nordestino. Ao lado do ex-deputado estadual Francisco de Assis Quintans, ele se tornou um especialista no assunto da transposição, estando sempre atualizando informações e dados técnicos associados ao cronograma das ações.
Marcondes ficou especialmente eufórico com a chegada das águas da transposição a Eixos estratégicos localizados na Paraíba e interligados a Estados vizinhos. A chegada das águas no cariri, na fronteira com Pernambuco, foi acompanhada de perto pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, responsáveis pelo programa, principalmente Lula, que tomou a bandeira da transposição como uma questão de honra. Na opinião de Gadelha, os atrasos verificados no cronograma da obra foram lamentáveis, mas, de certo modo, previsíveis, tendo em vista o custo dos investimentos e a novidade embutida no projeto de interligação de bacias. O parlamentar, no começo de sua carreira política, na década de 60, militou no MDB, que combatia a ditadura militar e fez parte do grupo autêntico do partido. Na década de 80, por razões políticas paroquiais (a divergência com Antônio Mariz em Sousa, no Sertão paraibano), Marcondes deixou o já PMDB e ingressou no PFL. Em 89, foi indicado candidato a vice na chapa com que o apresentador Sílvio Santos (então filiado a uma legenda de aluguel, o PMB), tentou ser candidato a presidente da República. A chapa acabou sendo impugnada pelo TSE sob a alegação de impasses legais no registro dos nomes de Sílvio e Marcondes.
Nonato Guedes