O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) informou que mais da metade da bancada tucana na Câmara deverá manifestar apoio à agenda do futuro presidente Jair Bolsonaro (PSL), mas deixou claro que não se trata de um alinhamento com o governo ou submissão a tudo o que ele irá propor. O compromisso é com as mudanças e isto está em sintonia com o que a própria opinião pública vem cobrando, salientou o parlamentar. Ontem, foi anunciado que a equipe de transição do presidente eleito tem mais um paraibano o ex-secretário de Planejamento estadual Tárcio Pessoa, que foi membro da equipe de Ricardo Coutinho (PSB).
Até então, dois outros paraibanos estavam confirmados o deputado federal eleito Julian Lemos, que é vice-presidente nacional do PSL e o procurador Sérgio Queiroz. Enquanto isso, fontes de Brasília asseguram que o MDB está fechado com o futuro governo sem a contrariedade do presidente eleito. É um pacto sigiloso, de não-agressão, neutralidade e, por ora, claro, sem ministérios envolvidos informa o colunista Leandro Mazzini, de Esplanada. Ele frisou que Bolsonaro sabe que precisa da bancada do MDB no Congresso para a governabilidade. O acordo envolve apoio da bancada a projetos do presidente eleito que se identifiquem com a pauta emedebista. A senha para o apoio será a liberação da bancada para votações polêmicas sem o fechamento de questão.
O atual presidente Michel Temer e o sucessor Jair Bolsonaro têm tido interlocução discreta sobre pendências do governo que ficarão para ser resolvidas pela nova administração. Um interlocutor do presidente Temer comentou que a parceria na transição tem funcionado positivamente, mas descartou, por enquanto, a cogitação do nome do emedebista para um cargo relevante ou uma embaixada em 2019. A Folhapress informou que o documento elaborado para auxiliar a transição entre os governos de Temer e Bolsonaro chama a atenção para a rigidez orçamentária devido ao grande volume de receitas vinculadas, quando a arrecadação prevê o gasto. Existem, hoje, cerca de 400 normativos legais estabelecendo a vinculação de receitas, descreve Ministério do Planejamento. Além de sugestões para reversão de despesas obrigatórias, o documento contém 15 capítulos que abrangem as áreas de competência do Planejamento.
Nonato Guedes