Mesmo com o governador Ricardo Coutinho (PSB) licenciado do cargo, para descanso, o programa Fala, Governador, transmitido pela rádio Tabajara e retransmitido por inúmeras emissoras do Estado trouxe, hoje, um balanço de RC sobre a situação de equilíbrio-financeiro da Paraíba, a despeito das dificuldades enfrentadas, conforme ele, por retaliação do governo federal, diante da sua postura favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-candidato Fernando Haddad, derrotado por Jair Bolsonaro. Ricardo disse ter consciência de que as posturas políticas que toma, com desassombro, desagradam a segmentos da sociedade que estão comprometidos com o atraso ou o conservadorismo. Mas garantiu não se arrepender dos posicionamentos adotados e, nesse sentido, voltou a deplorar a saída de médicos cubanos do programa Mais Médicos, dando um testemunho da competência e da atuação social dos profissionais daquele país.
Considera Ricardo que a Paraíba foi penalizada com as alterações verificadas no Mais Médicos, exemplificando que 129 profissionais de Cuba atuavam em cerca de 75 municípios do Estado, oferecendo valioso atendimento à população carente. No seu ponto de vista, houve preconceito de caráter ideológico por parte do governo brasileiro, atualmente titulado por Michel Temer (MDB) e que será empalmado por Jair Bolsonaro (PSL). Lamentou que o preconceito ideológico seja mais agudo na perspectiva de implantação do governo de Bolsonaro, salientando lamentar que haja pessoas que ainda considerem que comunistas comem criancinhas e que uma parte da sociedade esteja aferrada a princípios que embasaram perseguições políticas em décadas anteriores na história do Brasil e do mundo.
O governador asseverou que não obstante a postura independente por ele tomada do ponto de vista político a Paraíba não parou, tanto assim que voltou a crescer em termos de Produto Interno Bruto, por ele considerado referencial essencial com vistas a medir o desempenho do padrão do serviço público estadual. Preconizou que os Estados nordestinos partam para uma atitude de coesão no governo Bolsonaro com vistas a reivindicar o que pertence à região. Esse tipo de conversa ele manteve com gestores como a petista Fátima Bezerra, eleita este ano no Rio Grande do Norte. Ricardo ponderou a Fátima, nos termos do seu depoimento no programa radiofônico, que a atuação em bloco de gestores seja perseguida de maneira a redimir a região de sacrifícios que lhe foram impostos.
Em crítica aparentemente dirigida ao governo de Michel Temer, do MDB, Ricardo Coutinho mencionou políticos que espatifaram a cara no chão ao perceberem que a pauta conservadora não sensibiliza a sociedade e que há demandas que não foram suficientemente equacionadas e cujo atendimento vai ser cobrado. O gestor socialista exprimiu que procurou ser coerente com a defesa da democracia, ponto que considera dogmático e pelo qual sempre se empenhou em outras fases da sua atuação, quer como parlamentar, quer como executivo. Manifestou a confiança em que o sucessor, João Azevedo, dará continuidade ao avanço nas políticas públicas implementadas na Paraíba e contou que tem tido a oportunidade de constatar, com certo orgulho, que as suas duas administrações colaboraram de forma efetiva para o progresso do povo doestado em diferentes setores.
Nonato Guedes