O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), revelou que sua gestão tentará trabalhar de mãos dadas com o próximo governo federal, titulado por Jair Bolsonaro (PSC), bem como com a nova gestão estadual, a ser comandada pelo governador João Azevedo, do PSB. É minha obrigação, enquanto prefeito, cuidar da cidade e das pessoas e buscar recursos. É isso que vamos fazer nos próximos anos. Primeiro, iremos acompanhar o que já temos em andamento mediante parcerias com o governo federal e, depois, buscaremos novos recursos, salientou, em entrevista ao programa Correio Debate, da 98 FM. O deputado federal eleito pela Paraíba, Julian Lemos, interlocutor privilegiado junto ao presidente Bolsonaro, havia criticado em entrevista a postura de Cartaxo na campanha, dizendo que o gestor ficou em cima do muro para não se comprometer, mas garantiu que o presidente eleito não teria intenção de retaliar nenhuma região ou localidade.
Luciano Cartaxo ressaltou que está disposto a estabelecer parcerias com a gestão estadual desde que haja abertura para as parcerias. Fiz política a vida inteira com muito diálogo e respeito às pessoas. É essa a nossa disposição: separar as questões políticas e partidárias, pensando nas pessoas. Se o futuro governador, quando assumir em janeiro, tiver autonomia para tocar o seu projeto e estabelecer relações respeitosas não haverá nenhuma dificuldade da nossa parte. Mas ele precisa ter autonomia e independência para tocar o governo, fustigou Luciano. As declarações são encaradas em círculos palacianos como infelizes e belicosas com o governo do Estado. O governador Ricardo Coutinho, em pronunciamento, ontem, por uma rede de emissoras de rádio, criticou a oposição por não ter, conforme ele, aprendido a fazer oposição na Paraíba.
As relações entre Luciano Cartaxo e o esquema político do governador Ricardo Coutinho azedaram durante a campanha eleitoral deste ano, em que seu irmão gêmeo, Lucélio, foi candidato à sucessão estadual em articulação com o clã Cunha Lima e com o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB) que indicou sua mulher, doutora Micheline Rodrigues, como vice de Cartaxo. A dupla foi derrotada por João Azevedo em primeiro turno, ficando em segundo lugar. Também foi derrotado o senador José Maranhão, que concorreu ao governo pelo MDB, tendo como vice Bruno Roberto, do PR. Luciano Cartaxo queixou-se de rolo compressor do governo Ricardo Coutinho para eleger Azevedo e disse que o candidato do esquema oficial estadual foi lançado com bastante antecedência. Foi uma disputa desigual, alfinetou ele. O prefeito chamou a atenção para obras essenciais na área de infraestrutura na Capital, cuja execução depende de entendimento com o governo do Estado, em virtude de intervenções que serão feitas em pontos estratégicos do perímetro urbano local.