Desde sua fundação em 1585 aos dias de hoje a Paraíba teve mais de duzentos governadores, dos quais dez faleceram como titulares do cargo. O levantamento está inserido no livro Paraíba de Ontem, Evocações de Hoje, de autoria de Dorgival Terceiro Neto, que foi também governador do Estado e já faleceu. Dorgival ocupou a cadeira no Palácio da Redenção de 14 de agosto de 1978 a 15 d março de 1979, quando transferiu o posto para Tarcísio Burity. Ele foi indicado vice do governador Ivan Bichara Sobreira, em 1974, pelo regime militar, À frente do governo, em plena campanha de Ivan Bichara ao Senado, resistiu a pressões para colocar a máquina a serviço do esquema oficial, preferindo agir como um magistrado. Entre os governantes mortos no exercício do cargo figura Antônio Mariz, eleito em 94 e empossado em 1995, que morreu em setembro daquele ano vítima de câncer do cólon. O Executivo foi assumido pelo vice José Maranhão, que em 98 disputou a reeleição, bateu os Cunha Lima em convenções internas no PMDB e derrotou, como adversário nas urnas, o ex-deputado Gilvan Freire, que concorreu pelo PSB.
Natural de Taperoá, Dorgival Terceiro Neto iniciou-se na atividade política em 1971, quando foi indicado prefeito de João Pessoa pelo governador Ernani Sátyro. Empreendeu uma administração profícua voltada para o alargamento de espaços urbanos e chegou a ser criticado por ter derrubado edificações como a churrascaria Bambu, ponto de encontro da intelectualidade e classe política. Colocou em prática, na prefeitura, uma reforma administrativa de grande repercussão, que serviu de modelo para gestões subsequentes. Escritor, redator e colaborador do jornal A União, nunca desenvolvera vocação política, encarando os cargos públicos exercidos como missões. Ivan Bichara venceu Humberto Lucena, individualmente, na disputa ao Senado em 78, mas Lucena ganhou a vaga pelo reforço em número de votos possibilitado por Ary Ribeiro e João Bosco Braga Barreto, que concorreram em sublegendas, totalizando para o partido, o PMDB.
O primeiro gestor a falecer na titularidade do cargo foi Ippo Eyssens, holandês, ao tempo em que os flamengos ocuparam o Nordeste, de 1634 a 1654. Governou em 1636, por poucos meses. Violento e ambicioso, ele foi a um engenho na várzea do rio Paraíba, tomado aos portugueses, para ver a moagem de cana e fabricação de açúcar. Estava acompanhado de conterrâneos armados, que foram cercados e atacados por um grupo de lusos comandados pelo capitão Rabelinho. Travou-se luta feroz com armas de fogo, facas, espetos e paus. Os atacantes atearam fogo ao engenho e poucos holandeses conseguiram escapar. Em agosto de 1719, conforme as pesquisas de Dorgival, morreu Antônio Velho Coelho, português que governava desde maio de 1717. O terceiro governante a falecer foi Pedro Monteiro de Macedo, que dirigiu a Capitania durante dez anos, entre julho de 1734 e maio de 1744. O quarto capitão-mor que morreu no governo foi Jerônimo José de Mello Castro, que governou 33 anos, até 1797. Não havia, até então, notícias de administração mais longa do que a dele. Foi o primeiro a ocupar o Palácio da Redenção para moradia dos governadores em 1771.
O quinto governante falecido foi Antonio Caetano Pereira (agosto de 1809 a 12 de dezembro de1815). No período monárquico faleceram dois presidentes da Província Alexandre Francisco deseixas Machado e Agostinho da Silva Neves. No período republicano, três governadores expiraram no exercício da função: Anthenor Navarro em 1932,vitimado por acidente aéreo na Bahia, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, assassinado em Recife, em 1930, pelo desafeto João Dantas e Antônio Marques da Silva Mariz, a 16 de setembro de 95, aos 57 anos de idade, na Granja Santana, residência oficial dos governadores.