A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), aprovou, na quarta-feira (28) a propositura da vereadora Raíssa Lacerda (PSD) instituindo o programa de exame e tratamento da trombofilia já na 1ª gravidez na Rede Pública de Saúde da capital paraibana. A matéria foi sancionada pelo prefeito, Luciano Cartaxo (PV), também na semana passada.
A trombofilia é uma condição que provoca abortos de repetição, parto prematuro e complicações na gravidez, mas pode ser prevenida e tratada à tempo, reduzindo muito os riscos para mães e bebês. Com a aprovação desta Lei, as mães de João Pessoa são as primeiras do Brasil a contar com uma estrutura gratuita para a prevenção e tratamento da trombofilia, destacou Raíssa Lacerda, que revelou que a ideia de propor uma Lei foi de um grupo de mães que visitou seu gabinete.
Médicos obstetras de todo Brasil repercutiram em seus perfis em redes sociais o pioneiro de João Pessoa na defesa da Saúde da mulher. Para o ginecologista e obstetra com atuação em São Paulo, Domingos Mantelli (um dos mais respeitados em sua área no Brasil), é motivo de alegria a criação da Lei: Até que enfim as autoridades deste país estão abrindo os olhos quanto a necessidade de investigação das trombofilias já na primeira gravidez. E completou: pois até então a mulher tinha que ter duas ou três perdas gestacionais para o plano de saúde pensar em autorizar a realização de exames, completou.
Quem também comemorou os avanços trazidos pela nova Lei foi o presidente da CMJP, Marcos Vinícius (PSDB). Hoje a CMJP recebe destaque nacional graças a esta matéria da mais absoluta importância e isso é fruto da defesa intransigente que esta Casa faz do povo de João Pessoa. Está de parabéns a vereadora Raíssa Lacerda pelo projeto e o prefeito pela sanção da matéria que agora é Lei e tem que ser cumprida, avaliou.
Conforme o texto do projeto, a investigação deverá começar na primeira consulta com o obstetra ou ginecologista. A ideia é possibilitar ao profissional de saúde conhecer o histórico familiar da paciente, investigando se há parentes de primeiro grau com trombose ou gravidez com complicações e outros fatores hereditários. Como a trombofilia pode ser hereditária, ter parentes de primeiro grau com trombose ou gravidez com complicações devem ser sinal de alerta.
As mulheres que têm trombofilia devem fazer tratamento durante toda a gestação, já que a trombofilia provoca uma falha no sistema de coagulação sanguínea.
No Brasil, estima-se uma morte ao dia em razão de complicações da pré-eclâmpsia. Os dados do Ministério da Saúde são referentes ao ano de 2015. A doença se caracteriza pela pressão alta durante a gravidez e normalmente ocorre a partir da 20ª semana. Se não diagnosticada, pode evoluir para eclâmpsia ou Síndrome de Hellp e ambas colocam em risco a vida da mulher e da criança.