Jornalistas de turismo e formadores de opinião de João Pessoa estiveram este final de semana participando de um fampress (viagem de familiarização) ao município de Goiana e suas praias.
A iniciativa foi da Prefeitura Municipal de Goiana, através do Prefeito Osvaldo Rabelo e seu vice Eduardo Honório e o Secretário de Turismo, Roberto Pereira e Associação de Pousadas e Hotéis de Goiana (APHG-PE), sob a presidência de Carlos Augusto Pereira, proprietário da Pousada Atapuz e vice de Carol Bertho Calhau, da Pousada Som de Mar, da praia de Catuama.
Segundo Carlos Augusto Pereira, Goiana conta com 22 unidades de hospedagem, totalizando1.500 leitos e o hotel mais recente foi o Rainha, que fica no centro da cidade e atende ao publico executivo sendo um excelente equipamento.
A primeira visita foi ao Museu de Arte Sacra Escritor Maximiano Campos, que funciona no SESC Ler Goiana e abriga uma bela exposição de Arte Sacra e mobiliário do período colonial.
Goiana foi a primeira cidade de Pernambuco a abolir a escravidão e cenário da primeira revolução com mobilização feminina, a Guerra das heroínas de Tejucupapo, sob o comando da índia Poti, Clara Camarão, mulher de Felipe Camarão, que em 23 de abril de 1646, armadas com pau, pedras, panelas com água quente e pimenta, surpreenderam e expulsaram os holandeses que haviam fugido da ilha de Itamaracá estavam vindo à procura de caju para combater o escorbuto, doença provocada pela carência de vitamina C.
A cidade também é conhecida por possuir duas das mais antigas bandas de música em atividade na América Latina, a Banda Curica, de 1848, cujo prédio no centro da cidade no topo ostenta uma pequena escultura de uma curica (pássaro) e a Sociedade 12 de Outubro- Banda Saboeira, de 1849.
O artesanato é outro grande destaque e os jornalistas visitaram o ateliê do artesão Zé do Carmo, hoje adoentado, Patrimônio Cultural Vivo de Pernambuco, desde 2002. O artesão ficou conhecido mundialmente numa polêmica por ter feito em 1980, à pedido da igreja, uma escultura de um anjo em forma de cangaceiro e que seria entregue ao Papal João Paulo II, que estava em visita ao Recife. O então arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, não aceitou a escultura, impedindo assim do papa receber uma bela obra. A escultura se encontra no ateliê de Zé do Carmo, e que pode ser visitado por todos.
Goiana foi fundada em maio de 1560, logo após Recife (1537), e antes que João Pessoa (1585) e Natal (1599). Segundo o historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, o visconde de Porto Seguro, Goiana é palavra de origem tupi e significa “gente estimada”.
Goiana possui a segunda maior população da Zona da Mata de Pernambuco, e é o quinto maior PIB do interior do estado e se destaca pela cultura de cana de açucar, papelão e produção de cimento. Com a chegada da Jeep, e outras grandes empresas, a cidade ingressou definitivamente como um dos maiores exportadores de Pernambuco. Foi sede da Capitania de Itamaracá, por duas vezes.
Goiana desde 1938 possui nove patrimônios históricos tombados pelo IPHAN- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e atualmente possui mais tombamentos em processo final de regulamentação.
A cidade possui oito igrejas seculares no centro e bem características, uma para os homens brancos, outra para os negros e a dos homens pardos.