O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, agendou para o próximo dia dez, no Teatro Paulo Pontes, do Espaço Cultural, em João Pessoa, a solenidade de sanção de Lei que proíbe censura a professores da rede estadual de ensino por razões de cunho político-ideológico. O projeto encaminhado pelo Executivo, nesse sentido, foi aprovado por maioria de votos em sessão de ontem da Assembleia Legislativa. Na oportunidade da cerimônia do dia 10, Ricardo agraciará com a Medalha da Liberdade figuras combativas de destaque pela sua atuação em defesa dos Direitos Humanos, como a deputada federal Luíza Erundina (PSOL-SP), que é natural de Uiraúna, no nosso Estado e a líder sindical Elizabeth Teixeira, viúva do líder camponês João Pedro Teixeira, assassinado na década de 60 na várzea do rio Paraíba.
Também será homenageada a ex-vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco, que foi barbaramente assassinada este ano em circunstâncias ainda não completamente esclarecidas pelas autoridades policiais. Em paralelo, o gestor socialista da Paraíba protocolará documentos prevendo punições para torturadores. A data coincidirá com o transcurso de dez anos da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ricardo salienta que suas iniciativas são coerentes com a luta que empreende com vistas a assegurar a democracia na Paraíba.
O chefe do Executivo já manifestou solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela sua prisão, que considera arbitrária equivocada. Da mesma forma, esteve ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff quando esta enfrentou processo de impeachment sacramentado pelo Congresso Nacional, interpretado por Ricardo como uma espécie de golpe. Nos últimos tempos, o socialista vem ensaiando reaproximação com o Partido dos Trabalhadores, de onde migrou por divergências internas quando pleiteou ser indicado candidato a prefeito de João Pessoa nos anos 2000. Um outro gesto marcante seu foi o de trazer Lula e Dilma à Paraíba para acompanharem a chegada das águas oriundas do projeto de transposição da bacia do rio São Francisco. A nova frente de batalha de Ricardo, a partir de janeiro, sem dispor de mandato, já que não concorreu ao Senado, será combater medidas consideradas retrocessos por parte da administração de Jair Bolsonaro. Coutinho, na campanha eleitoral deste ano, hipotecou apoio à candidatura de Fernando Haddad, do PT, que foi para o segundo turno contra Bolsonaro e perdeu, não obstante tenha tido 45 milhões de sufrágios.