Faltando dezessete dias para deixar o governo da Paraíba, que está empalmando há oito anos, o governador Ricardo Coutinho (PSB) tem reiterado, em manifestações públicas, que não está de forma alguma preocupado com a ocupação de cargos públicos no futuro, salientando que não depende deles para lutar em favor do Estado e das ideias em que acredita. O chefe do Executivo não esconde o sentimento de realização pessoal com as ações, obras e serviços que conseguiu implementar ao longo de dois mandatos no Palácio da Redenção, e reafirmou ter a consciência tranquila de que se empenhou para fazer o Estado avançar nesse período.
Para ele, não é cabotinismo de sua parte asseverar que a Paraíba cresceu em níveis expressivamente positivos no transcurso da travessia empreendida desde que tomou posse em janeiro de 2011, como consequência da vitória alcançada nas urnas em 2010, em que derrotou, entre outros adversários, o senador José Maranhão (MDB). Coutinho tem destacado, ainda, a contribuição que procurou oferecer como prefeito de João Pessoa, eleito por duas vezes em 2004 e 2008, além da atuação desenvolvida em mandatos legislativos, na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa. Como vereador, ele chegou a propor iniciativas como uma CPI destinada a apurar denúncias de prostituição infantil na Capital paraibana, o que atraiu a atenção de expoentes do Congresso Nacional que já vinham averiguando acusações sobre práticas idênticas em outros Estados e outras regiões.
Reeleito em 2014 derrotando como principal adversário o senador Cássio Cunha Lima, de quem fora aliado no pleito de 2010, Ricardo fechou o firo, na definição dos seus aliados mais próximos, ao patrocinar em 2018 a eleição em primeiro turno do engenheiro João Azevedo, que nunca havia disputado mandatos eletivos e que triunfou sobre pesos-pesados como José Maranhão e candidatos ancorados em estruturas influentes como Lucélio Cartaxo, irmão gêmeo do prefeito de João Pessoa, Luciano, que teve como vice a doutora Micheline Rodrigues, mulher do prefeito Romero Rodrigues, de Campina Grande, ligado ao senador Cássio, que foi derrotado na tentativa de se reeleger. O governador Ricardo Coutinho considera que está legando ao sucessor João Azevedo uma nova Paraíba, que resolveu inúmeros dos desafios recorrentes e que está no ponto para alavancar em direção a outros patamares, tendo como alvo o favorecimento à população, especialmente camadas mais carentes.
Ricardo, que ao deixar o governo deve retomar cadeira docente na Universidade Federal da Paraíba, instituição da qual está licenciado, tem sido cogitado com frequência para disputar a prefeitura de João Pessoa em 2020. Ele não descarta a hipótese, se diz sensibilizado com as manifestações de apoio e solidariedade de correligionários, mas assegura, com todas as letras, que não está obcecado com essa perspectiva. O que posso afiançar é que o nosso agrupamento de forças políticas vai estar preparado para a disputa à prefeitura de João Pessoa no momento oportuno, tanto do ponto de vista da apresentação de nomes com apoio popular como do ponto de vista da apresentação de propostas que possibilitem à Capital paraibana retomar a trilha do desenvolvimento da qual foi desviada nos últimos anos, finalizou o governante.
Nonato Guedes