O parto laborioso envolvendo a definição do secretário da Segurança Pública e Defesa Social no governo de João Azevedo (PSB-PB) está praticamente concluído. Versões que circularam ontem confirmaram que Cláudio Lima deverá ser mantido no posto que tem ocupado na gestão de Ricardo Coutinho, a despeito da polêmica quanto a suposta ineficiência do esquema de segurança estadual, em virtude da escalada de violência agravada por assaltos a bancos e correspondentes bancários em cidades pequenas do interior do Estado. Azevedo prometeu anunciar antes do fim do ano os demais nomes que irão compor secretariado e escalões intermediários.
Inicialmente foram veiculadas informações acerca de suposta queda-de-braço entre Azevedo e Ricardo pelo preenchimento da Pasta da Segurança, com o atual governador fazendo lobby para a manutenção de Cláudio Lima e o novo governador sinalizando compromisso com outro nome para a equipe, embora descartando desentendimento sério com aquele a quem vai suceder e que foi decisivo para a sua vitória em primeiro turno no pleito deste ano. Não houve insinuações sobre outros nomes como tertius para a pasta. A nova versão é de que, após uma conversa, ao pé do ouvido, Lima se rendeu ao pedido do governador eleito e aceitou continuar pilotando o órgão.
O bloco político-parlamentar de oposição à administração de Ricardo Coutinho foi implacável, em intervenções na Assembleia Legislativa e na mídia, contra a atuação de Cláudio Lima e do aparelho repressor do Estado como um todo. A deputada estadual Daniella Ribeiro, do PP, destacou-se nessa temática, fazendo cobranças permanentes de medidas eficazes ao governo Ricardo Coutinho. Daniella, que foi eleita senadora- a primeira da história da Paraíba chegou ao ponto de pleitear audiência a Coutinho para discutir a extensão da criminalidade no Estado, advertindo que o clima é de pânico em diferentes localidades com a eclosão do chamado novo cangaço. Ricardo acabou aceitando o pedido de audiência de Daniella e recebeu-a na Granja Santana, tendo sido acordada a adoção de providências urgentes, que não evoluíram satisfatoriamente do ponto de vista de resultados, de acordo com a interpretação de Daniella.
O secretariado do governador eleito João Azevedo contempla inúmeros nomes das equipes que auxiliaram Ricardo Coutinho nos oito anos de mandato que ele está concluindo à frente do Executivo paraibano. Ricardo e Azevedo têm insistido em alardear que o novo governo é de continuidade, com isto sinalizando que há uma interação entre ambos. Fontes políticas ligadas a Ricardo advertem, em conversas informais, que pescadores de águas turvas empenhados em disseminar a cizânia entre os dois governantes, não serão bem-sucedidos na estratégia. Representantes da oposição, por sua vez, alegam que esperam para ver até quando a lua de mel vai perseverar.
Nonato Guedes