O fim do mandato do presidente Michel Temer (MDB) é silencioso, mas pesa a ameaça futura de quatro processos contra ele. A revista Veja destaca que após passar a faixa a Jair Bolsonaro (PSL), Temer retomará a vida em São Paulo. Não descarta aceitar o convite feito pelo presidente português Marcelo Rebelo de Sousa para lecionar na Universidade de Coimbra, onde sua família teria mais privacidade. Mas paira sobre seu futuro a ameaça de retorno de tempos tumultuosos. Investigado em quatro processos penais (um deles por ter pedido 10 milhões de reais à Odebrecht) e acossado pelas lembranças de que cinco amigos e aliados já estiveram ou ainda estão presos, o presidente poderá, em 2019, ter de responder por delitos dos quais se esquivou em virtude da imunidade conferida pelo cargo que não ocupará mais.
Veja descreve que nenhum período do breve mandato do presidente da República está sendo tão plácido quanto o fim. Do intenso início pós-impeachment às incontáveis suspeitas e escândalos dos meses seguintes, com destaque para o terremoto produzido pela gravação daquela declaração modesta (Tem que manter isso aí, viu?), que logo saltaria para os anais da política nacional, sem esquecer as duas denúncias que poderiam resultar em impeachment e foram fisiologicamente derrubadas na Câmara dos Deputados, Temer ,depois de tudo isso, chega aos seus últimos suspiros no governo exibindo o mesmo marasmo das emas do Palácio do Jaburu, acrescenta a Veja. Um dos parlamentares favoráveis à abertura de processo contra Temer foi o paraibano Veneziano Vital do Rêgo, que na época era filiado ao MDB e sofreu punição disciplinar na esfera da cúpula nacional do partido. Veneziano acabou migrando para o PSB, a convite do governador paraibano Ricardo Coutinho, e fez um excelente negócio: conquistou em outubro uma vaga de senador a partir da próxima legislatura.
Quanto a Temer, desde o início da campanha eleitoral, sua agenda é dominada por compromissos frugais, como tirar foto com políticos da estatura de Edvan Brandão (PSC-MA), prefeito recém-eleito de Bacabal, naquele Estado. O próprio presidente, que cogitou postular a reeleição mas desistiu diante da maciça impopularidade, chegou a reconhecer a solidão do poder, principalmente a caminho do ocaso. Quando o governo começa a acabar, ninguém mais te procura. A história do café frio é uma verdade absoluta, comentou em Brasília, no começo de dezembro. Aliás, alguns se surpreendem porque lá na minha sala o café ainda é quente e trazem água, pois as pessoas dizem que nem água servem nos últimos tempos.
Por outro lado, a Veja realça a figura da atual primeira-dama, Marcela Temer, dizendo que era a mais bela de todas as primeiras-damas, mas não foi marcante. Tratada pela própria revista, no início da gestão do marido, como bela, recatada e Do Lar, Marcela pouco saiu do Palácio do Jaburu, não fez trabalho social de impacto nem acompanhou o marido em compromissos oficiais. Seu compromisso mais notável foi quando pulou no lago para salvar seu cachorrinho, Picolly. Aliás, ela não vê a hora de retornar a São Paulo, onde retomará aulas de francês e visitas ao consultório da dermatologista Lígia Kogos, para fazer preenchimentos no rosto impecável. A futura primeira-dama, Michele Bolsonaro, já afirmou que vai se dedicar o máximo possível às obras sociais. Ela trabalhava com deficientes auditivos e até atuou como intérprete de libras em cultos evangélicos. Tem sido assediada por estilistas, doidos para vesti-la no dia da posse. O tempo dirá se ela vai lançar moda.
Da Redação, com notícias da Veja