Na contagem regressiva para se investir no Executivo paraibano em cerimônia prevista para amanhã o governador eleito João Azevedo (PSB) tem ideias alinhavadas sobre metas e mudanças que deve implementar na administração pública, ao mesmo tempo em que dará continuidade a programas estruturantes derivados das gestões de Ricardo Coutinho. Numa entrevista que concedeu a Naná Garcez, com exclusividade para a revista Edificar, o engenheiro civil João Azevedo Lins Filho admitiu que há aberrações na estrutura de pessoal do poder Executivo, produzidas ou acumuladas ao longo dos anos, dando como exemplos os casos de pessoas com a mesma atribuição mas percebendo salários distintos. É uma Torre de Babel e, quando se trata de relação entre poderes, aí, sim, é que a diferença é a grande, acentuou, observando que corrigir essas anomalias será diretriz prioritária de seu mandato.
– Eu não correria o risco de dizer que vamos equacionar tudo isso em quatro anos, afinal de contas são muitos anos dessa forma, mas vamos tentar corrigir as diferenças existentes. Estamos começando a trabalhar num sistema de governança eletrônica, em que se possa monitorar grande parte dos aspectos do governo, desde o acompanhamento de obra à eficiência do atendimento nos hospitais, de forma a se ter isso de forma rápida, instantânea. É fundamental que não apenas o governador, mas o secretário, o gestor de área, tenham essas informações com agilidade para que possam tomar decisões. Quero esse sistema implantado já no primeiro semestre frisou João Azevedo, lembrando que já existe plano de cargos, carreiras e salários de várias categorias, e de sua parte pretende contemplar os agentes penitenciários em 2019.
O novo governador expressou que pretende manter a melhor relação possível com a prefeitura de João Pessoa, nos moldes republicanos, da mesma maneira como quer que o governo federal tenha uma relação de respeito e de forma republicana com a administração estadual. Ele mencionou que dos 223 municípios, o governo do Estado, no período Ricardo Coutinho, celebrou convênios com 217. Só não fez convênio quem não quis, adiantou, referindo-se às prefeituras de João Pessoa, Campina Grande e Guarabira. Os editais eram públicos, colocados na internet; se algum município se interessasse, entraria lá, preencheria os dados e o projeto aprovado teria o convênio. Os municípios foram, sim, tratados de forma igualitária. Mesmo sem convênios em João Pessoa, as obras de mobilidade urbana foram executadas pelo governo do Estado, ressaltou Azevedo à revista Edificar.
Eleito com 58% dos votos no primeiro turno, a sete de outubro, João Azevedo é formado em engenharia civil pela Universidade Federal da Paraíba e professor aposentado do Instituto Federal de Educação Tecnológica. Durante quase oito anos foi secretário da |Infraestrutura, Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Ciência, Tecnologia e Inovações da Paraíba. Ele disse à repórter Naná Garcez que o ajuste que planeja imprimir na administração passa por algumas transferências de secretarias executivas que, na sua ótica, estão fora de contexto. Ao mesmo tempo, ele avalia que apesar das dificuldades conjunturais, o Estado da Paraíba apresenta saldo promissor de realizações e conquistas, o que poderá facilitar, em muito, o desfecho da gestão que lhe caberá pilotar.
Nonato Guedes