O deputado federal Pedro Cunha Lima, filho do senador Cássio Cunha Lima, que está concluindo o mandato, disse, ontem, que seu nome está à disposição do PSDB para qualquer posto ou missão dentro da sigla com vistas à reestruturação da legenda, que saiu abalada das últimas eleições no plano nacional e estadual. Pedro admitiu que há conversas no sentido de que ele assuma o comando partidário, mas salienta que o processo está apenas iniciando. É o ponto de partida de um processo de construção coletiva que define a presidência do partido, ensinou.
A intenção de Pedro é a de sintonizar o partido com a nova realidade política que o país está experimentando a partir da ascensão de Jair Bolsonaro à presidência da República. É preciso repensar muita coisa, ter gesto, ter atitude, cumprir com a obrigação de trazer uma nova política, frisou. O parlamentar figurou na atual legislatura como um dos mais atuantes no Congresso, sendo autor de projetos relevantes. Não obstante, na campanha pela reeleição, teve 100 mil votos a menos do que o total obtido na eleição anterior, enquanto seu pai, apesar de aparentar favoritismo, perdeu a corrida pela reeleição.
Sabe-se que Cássio ainda não absorveu o que considera uma das piores derrotas de sua trajetória política. Esse fator teria influenciado Cunha Lima a abrir mão da postulação de presidir o diretório regional da agremiação, como era especulado, em substituição a Ruy Carneiro que, por sua vez, volta à Câmara Federal. Pedro sempre foi uma aposta de Cássio no campo político. O senador chegou a cogitar o nome dele para concorrer ao governo do Estado. Agora, revela-se atento e interessado diante de articulações e projeções quanto a uma virtual candidatura do deputado a prefeito de Campina Grande, sucedendo a Romero Rodrigues.
Avalia-se no clã familiar que a ascensão de Pedro à direção estadual do PSDB vai lhe possibilitar a conquista de visibilidade maior, estadualizando seu nome e adquirindo cacife para disputas de fôlego. Acostumado a vencer nas urnas por ampla margem de vantagem ou perder por pouco, como se deu no segundo turno das eleições de 2014, quando foi vencido por Ricardo Coutinho (PSB), que buscava a reeleição, Cássio ficou traumatizado ao amargar um mero quarto lugar na disputa por uma vaga ao Senado nas eleições deste ano. Acima dele projetaram-se Veneziano Vital do Rêgo (PSB) e Daniella Ribeiro (PP), eleitos, bem como Luiz Couto, do PT, que chegou a ser lançado com o apoio do então governador Ricardo Coutinho. Interlocutores de Cássio confirmam que ele tem feito análises constantes,debruçado sobre o mapa eleitoral deste ano na Paraíba, e que reavalia seriamente a possibilidade de continuar ou não na atividade política.
Nonato Guedes, com assessoria