Será hoje à tarde, no cemitério Senhor da Boa Sentença, em João Pessoa, o sepultamento do cronista Carlos Augusto Romero, que faleceu, ontem, às 18h40 no hospital Nossa Senhora das Neves, de causas não reveladas. A notícia foi confirmada pelo filho Germano Romero em rede social, com o registro de que o considerava um exemplo inenarrável de ser humano puro, amigo, humilde e incondicionalmente solidário. Nascido em Alagoa Nova em 10 de junho de 1924, Carlos Romero teve intensa atuação nos círculos intelectuais do Estado, sendo colaborador dos principais jornais como A União, onde dirigiu o suplemento literário Correio das Artes, Correio da Paraíba e o extinto O Norte.
Casado em primeiras núpcias com Carmem Coeli e em segundas núpcias com Alaurinda Padilha, Carlos Romero estudou Humanidades no tradicional Lyceu Paraibano, quando era criança. Em 1942, foi convocado pelo Exército para defender o Brasil na Segunda Guerra Mundial nos campos da Itália, tendo retornado em 1945 e retomado os estudos, graduando-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Alagoas. Posteriormente, especializou-se em vários ramos do Direito no âmbito da Universidade Federal da Paraíba. Exerceu atividades na magistratura, sendo nomeado, por concurso, juiz substituto da comarca de Santa Rita e promotor em outras jurisdições.
Carlos Romero foi, também, professor da Universidade Federal da Paraíba, integrante do Conselho Estadual de Cultura, um dos fundadores da Orquestra Sinfônica da Paraíba e expoente da Academia Paraibana de Letras. Seu primeiro livro, intitulado A Dança do Tempo, alcançou notável repercussão nos meios culturais paraibanos, abrindo portas para uma coletânea de livros sobre os mais diferentes assuntos ou temas da vida e do cotidiano. O jornalista Petrônio Souto, que foi superintendente do jornal A União, destaca que Carlos Romero foi uma referência na história da crônica literária no Estado e no país.
Nonato Guedes