O senador Cássio Cunha Lima, que está concluindo o mandato conquistado nas urnas em 2010 com mais de hum milhão de votos, externou sua gratidão ao PSDB pelos espaços que ele conquistou dentro da legenda ao longo da sua atuação, tanto no Congresso como no governo da Paraíba, que exerceu por duas vezes. Cunha Lima diz ter ficado honrado com a sua indicação para a liderança do PSDB no Senado e profundamente sensibilizado com a sua recondução ao posto por aclamação. Para ele, tratou-se de um voto de confiança, que redobrou sua responsabilidade na defesa das bandeiras do partido, bem como um reconhecimento à sua fidelidade aos princípios da agremiação.
Cássio migrou para o PSDB perto do ano 2000 depois de acumular divergências dentro do antigo PMDB onde iniciara a militância política como deputado federal constituinte em 1987, quando contava 23 anos de idade. Ele salienta que durante o período de atuação no ninho tucano teve a oportunidade de estreitar ligações com condestáveis da política brasileira, a exemplo de Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin, José Serra. Também conviveu com o senador Aécio Neves, tendo ponderado, no caso de denúncias a ele atribuídas pela Justiça, que elas deveriam ser investigadas com a garantia do direito de defesa, cabendo ao parlamentar responder pelos atos, em hipótese de comprovação.
Cunha Lima enfatiza que procurou fazer da sua atuação política uma história de compromisso com valores como a ética, a transparência e a gestão correta dos recursos públicos. Posicionou-se de forma inequívoca pelo fim do chamado foro privilegiado para parlamentares detentores de mandatos e acusados de irregularidades. Da mesma forma, agiu com altivez no processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, materializado em 2016, em meio a acusações de prática de pedaladas fiscais no governo da primeira mulher a presidir o país.
Pelo depoimento do senador Cássio Cunha Lima, a sua postura em prol do impeachment de Dilma Rousseff não levou em conta diferenças partidárias ou ideológicas, mas a fundamentação do teor das denúncias contra ela. Disse ter lamentado que Dilma, além de não ter correspondido a expectativas de contingentes que votaram nela, não tenha apresentado uma defesa convincente quando foi alvo do processo de impeachment, lembrando que a ex-mandatária teve assegurado o amplo direito de defesa em todo o enredo do processo. Um parlamentar paraibano que também está concluindo o mandato, Raimundo Lira, aliás, foi quem atuou como presidente da Comissão Processante do Impeachment. De um modo geral, creio ter contribuído com idealismo para mudanças no processo político-institucional brasileiro. Fui vítima de uma série de fatores no episódio que culminou com a derrota na campanha pela reeleição em 2010. Mas, mesmo sem tribuna parlamentar, não deixarei de defender os interesses da população paraibana, da população nordestina e da população brasileira, finaliza Cássio Cunha Lima.
Nonato Guedes