Apesar do parentesco e de admitir que deve favorzão ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que lhe apoiou na implantação da TV Assembleia Legislativa em algumas cidades da Paraíba, o deputado federal diplomado Gervásio Maia (PSB) não votará na reeleição de Rodrigo, devendo acompanhar a posição do seu partido contrária ao postulante. A revelação foi feita, ontem, pelo próprio Gervásio, numa entrevista, ontem, ao programa Correio Debate, da 98 FM. Rodrigo esteve em João Pessoa tentando cabalar votos de deputados federais eleitos em outubro, como Gervásio, e manifestou a convicção de que teria o apoio dele em virtude das raízes familiares. Gervásio observa, porém, que não mistura as coisas e mantém obediência ao partido.
Ele contou textualmente: Estive praticamente todas as semanas dos últimos três meses em Brasília, tentando a homologação da interiorização da TV Assembleia na Paraíba. Mas uma coisa não pode se misturar com a outra. Eu disse a ele (Rodrigo Maia) que seguiria qualquer que fosse o encaminhamento do partido, o PSB, e o partido tomou a decisão de não votar nele. Sou partidário e este será o meu encaminhamento. Ainda estamos conversando e teremos reuniões para definir o nosso voto à presidência, bem como para outros cargos na Mesa. Rodrigo esteve em João Pessoa no último dia 14, participando de encontro com deputados eleitos e reeleitos na casa do deputado Efraim Filho, do DEM, seu articulador no Estado. Na ocasião, falou da relação de parentesco que tem com Gervásio, uma vez que seus familiares possuem raízes em Catolé do Rocha, na microrregião 89. Paraibano vota em paraibano, comentou Rodrigo, entusiasmado.
Gervásio abordou, ainda, a sua relação com o governo do presidente Jair Bolsonaro, do PSL. Disse ter acompanhado a insistência com que o presidente falou em mais Brasil, menos Brasília. E emendou: Se é mais Brasil e menos Brasília, chegou a hora de se dizer o que o governo federal vai fazer pelos Estados que estão fazendo o dever de casa, como a Paraíba. Porque tem Estado rico do Sul e Sudeste fechando hospitais, enquanto aqui na Paraíba temos o hospital mais moderno do Nordeste, o Dom José Maria Pires, em Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa. O que queremos? Que o Estado seja tratado como um Estado que tem atingido metas e conquistado índices importantes. Queremos que ele tenha atenção com a Paraíba, que a Paraíba seja encarada com a mesma importância dos Estados que se dizem ricos e não fazem o dever de casa.
O atual presidente da Assembleia Legislativa cobrou, ainda, medidas efetivas para o combate à insegurança. O presidente falou em posse de armas, mas o que vai ser feito para contribuir com a redução da criminalidade no país? Os Estados não conseguem bancar sozinhos a segurança pública. É preciso que o governo federal sinalize. Se vem uma política que vai estabelecer a posse de armas, ao lado disso o que é que vem? Na minha opinião, só isso não vai resolver o problema, pontuou Gervásio. Ele se referiu, ainda, ao processo de eleição das novas Mesas da Assembleia Legislativa, frisando que os nomes para a presidência não precisam ser necessariamente dos quadros do PSB mas devem ter sintonia com o projeto socialista que está tendo continuidade com o governador João Azevedo, até porque é um projeto grandioso e de muita responsabilidade. Maia reconheceu que desentendimentos são comuns na bancada de situação, mas ponderou que isto não deve enfraquecer o quadro governista na Assembleia Legislativa.
– Elegemos 22 deputados estaduais, seis deputados federais, um senador e um governador. Claro que muitos pensam de um jeito e outros pensam de outro, mas todos têm maturidade. As divergências acontecem mas são naturais e se diluem na sequência do processo político. O que precisa prevalecer é o sentimento de unidade para a execução da continuidade do projeto finalizou.
Nonato Guedes