O empresário Ney Suassuna, primeiro suplente do senador Veneziano Vital do Rego (PSB-PB), voltou ao Senado Federal por ocasião da posse dos titulares e respectivos suplentes e recordou, com nostalgia, o período em que atuou naquela Casa como representante legítimo da Paraíba, encaminhando reivindicações de interesse do Estado e abordando temas regionais como o da transposição das águas do rio São Francisco. Aqui vivi os melhores momentos da minha vida pública, salientou Suassuna em entrevista a uma emissora de televisão em rede nacional.
Suassuna deixou claro que vai colaborar no que for possível com o mandato do senador Veneziano Vital do Rêgo e frisou que estará sempre pronto para, na eventualidade de assumir o mandato, mesmo que em caráter interino, trabalhar em favor dos pleitos da Paraíba. Quando desenvolveu atividade parlamentar como representante da Paraíba, Ney notabilizou-se pelo estilo trator, que consistia em pressionar escalões federais de poder em Brasília com vistas a carrear investimentos para o Estado. Ele rompeu com o MDB, ao qual foi filiado quando se chamava PMDB, e com o senador José Maranhão, de quem foi parceiro em batalhas eleitorais, como a de 98, quando Ney era identificado na mídia como o senador do Zé. As divergências profundas entre os dois provocaram distanciamento na relação, em meio a desconfianças recíprocas.
No governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ney Suassuna chegou a ocupar o ministério da Integração Nacional e, nas lutas em favor do Nordeste, empenhou-se pela concretização do projeto de transposição de águas do rio São Francisco, por ele considerado uma espécie de redenção para o povo nordestino. O ex-senador prodigalizou até cenas folclóricas, como a de empilhar latas dagua em ponto estratégico da Esplanada dos Ministérios como forma de chamar a atenção das autoridades para a falta de providências em relação ao problema da estiagem. Ney Suassuna sempre defendeu o que chamou de Partido da Paraíba, não tendo dificuldades para se relacionar com parlamentares como Cássio Cunha Lima a fim de encaminhar posições de consenso favorecendo os interesses da Paraíba.
O senador Veneziano, que também foi do PMDB mas se elegeu pela sigla do PSB, com o apoio ostensivo do ex-governador Ricardo Coutinho, já foi escolhido em Brasília como líder do bloco PSB, PDT, PPS e Rede, denominado Senado Independente. Integrado por treze parlamentares sendo dez senadores e três senadoras o bloco decidiu que manterá uma postura de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro, mas de forma responsável, analisando detalhadamente as propostas que forem submetidas ao crivo parlamentar. Pelo PSB compõem ainda o bloco os senadores Jorge Kajuru, de Goiás, e Leila Barros, do Distrito Federal. Pelo PDT são expoentes Acir Gurcaz (RO), Cici Gomes (CE(, Kátia Abreu (TO) e Weverton Rocha, do Maranhão.
Nonato Guedes