O deputado federal paraibano Frei Anastácio Ribeiro, do PT, deplorou a sentença da juíza substituta Gabriela Hardt, que atua no Paraná, imputando uma segunda condenação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já cumpre pena na Polícia Federal em Curitiba. É uma medida absurda que confirma o teor da perseguição política movida contra o ex-presidente, salientou Anastácio, acrescentando que Lula continua sendo temido pela liderança que detém. O ex-presidente foi sentenciado, agora, a 12 anos e 11 meses de reclusão por alegados crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo.
Gabriela substitui ao juiz Sergio Moro, que é atualmente ministro da Justiça do governo do presidente Jair Bolsonaro. Em reportagem publicada em janeiro de 2016, o jornal Folha de São Paulo revelou o pagamento de obras efetuado na propriedade pela Odebrecht. Na sentença, a magistrada escreveu: É fato que a família do ex-presidente Lula era assídua frequentadora no imóvel, bem como que usufruiu dele como se dona fosse. As obras no sítio, que era frequentado pelo petista, foram pagas pela Odebrecht e OAS e pelo empresário José Carlos Bumlai, com recursos desviados de contratos da Petrobras.
No total, foram gastos R$ 1,26 milhão nas reformas, segundo laudo da Polícia Federal, que incluíram uma cozinha planejada, a reforma de um lago artificial e ampliação da sede do sítio. A magistrada ainda confiscou o sítio de Atibaia e determinou que, após a alienação, o valor das benfeitorias pagas pelas empreiteiras seja descontado dos proprietários em favor da União. De acordo com Gabriela Hardt, é possível concluir acima de dúvida razoável que os valores para custeio da reforma da propriedade foram oriundos de ilícitos anteriores cometidos em proveito da Odebrecht e OAS e que Lula teve participação ativa no esquema.
Nonato Guedes