A Assembleia Legislativa da Paraíba prepara-se para retomar as atividades da atual legislatura a partir de amanhã, com o compromisso do presidente Adriano Galdino, do PSB, de agilizar votações de matérias importantes, inclusive, oriundas do Executivo, além de tomar outras definições relativas ao funcionamento interno da Casa de Epitácio Pessoa com acomodação dos parlamentares recém-eleitos e diálogo com líderes de partidos e blocos. Os trabalhos legislativos foram interrompidos após a instalação oficial da nova legislatura em virtude da constatação de que não havia condições de acessibilidade para atender a deficientes físicos como a deputada Cida Ramos (socialista), que detectou obstáculos já na votação para escolha de Mesas Diretoras.
O presidente Adriano Galdino, de comum acordo com outros integrantes da Mesa Diretora, optou pela suspensão dos trabalhos ordinários até que fossem atendidas as exigências previstas no próprio regimento e que não tiveram equacionamento na gestão do presidente Gervásio Maia, atualmente deputado federal. Os blocos de situação e oposição na Assembleia têm aproveitado os dias de recesso para conciliar visitas às bases no interior do Estado com reuniões informais em João Pessoa a fim de traçar pauta de atuação diante dos desafios de âmbito local e, também, na esfera nacional.
De acordo com Galdino, a Assembleia tem interesse em se envolver nas discussões deflagradas a partir de Brasília, tratando de temas como o pacote anti-criminalidade apresentado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, e a polêmica proposta da reforma da Previdência Social, que cria ampla expectativa na sociedade brasileira como um todo. Os deputados estaduais têm procurado articular-se com deputados federais e senadores da representação paraibana em busca de subsídios a respeito dos temas que estão na ordem do dia. Na medida do possível, desejamos ser ouvidos e ter ingerência em questões de reconhecido interesse público, observa a deputada Estelizabel Bezerra, do PSB.
Em paralelo, o ex-governador Ricardo Coutinho, que é e o presidente da Fundação de Estudos João Mangabeira, do PSB nacional, tem intensificado movimentos para fazer funcionar o chamado Observatório da Democracia, proposto por ele em conjunto com dirigentes de Fundações e Institutos de Estudos de outros partidos de esquerda. A ideia central, como explica Ricardo, é a de aprofundar o debate e, sobretudo, o acompanhamento de medidas e iniciativas do presidente Jair Bolsonaro e de ministros do seu governo que não atendam a propósitos democratizantes reivindicados por segmentos da sociedade brasileira. A preservação da democracia é ponto fundamental com que estamos comprometidos, enfatiza o ex-gestor socialista.
Nonato Guedes