O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, Fiep, Francisco de Assis Benevides Gadelha (Buega), que fora detido em Brasília, ontem, no bojo da Operação Fantoche desencadeada pela Polícia Federal para apurar um esquema de corrupção e fraudes em contratos firmados entre unidades do Sistema S, empresas de eventos e Ministério do Turismo, foi posto em liberdade após prestar esclarecimentos e colocar-se à disposição das autoridades para novas informações. Ao todo, dez pessoas foram presas. Buega, que foi procurado inicialmente em Campina Grande, onde fica a sede da PF, estava em Brasília participando de um evento da Confederação Nacional da Indústria.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade e um dos donos da empresa Aliança, organizadora do São João de Campina Grande, Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva, além de mais sete pessoas, também foram presas. A Polícia Federal estima que o grupo tenha recebido mais de R$ 400 milhões, através do esquema investigado. Em nota, a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba disse que tomou conhecimento sobre operação de âmbito nacional, cujo teor das investigações ainda seria superficial, basicamente fundado em notícias da mídia. A nota acrescentou que o presidente Francisco Gadelha se comprometeu a prestar todos os esclarecimentos necessários e também determinou que fossem prestadas todas as informações requisitadas pelos órgãos competentes para colaborar com o andamento dos trabalhos. Finalizou pontuando que o Sistema Indústria da Paraíba está tranquilo e sem qualquer receio.
No início da noite de ontem, a Justiça Federal concedeu alvará de soltura para cinco dos dez presos. Nas primeiras horas da manhã de ontem, 213 policiais federais e oito auditores do Tribunal de Contas da União, órgão que também participa da investigação, seguiram para cumprir os mandatos de busca e prisão nos Estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Alagoas e Paraíba. Inicialmente deveriam ser cumpridos 40 mandados de busca e apreensão, mas a Justiça Federal expediu outros cinco nas horas que antecederam a operação e dois no desenrolar da operação. A alcunha de Fantoche foi uma referência ao Festival Bonecos do Mundo, realizado pelo Sesi e idealizado pela publicitária Lina Rosa Gomes, também investigada e um dos alvos de mandado de prisão. De acordo com a investigação, um grupo de empresas controlado por uma mesma família vinha atuando desde 2002, executando contratos através de convênios com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S.O grupo investigado criou empresas sem fins lucrativos para justificar os convênios com verbas públicas. O prefeito licenciado de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSDB, falou a jornalistas, ontem, revelando surpresa, já que fora informado de que não constavam ilegalidades em contratos. Salientou que ao reassumir a prefeitura conversará com dirigentes da Aliança para reavaliar o patrocínio a esta no São João de Campina Grande.
Nonato Guedes, com agências