A deputada estadual Cida Ramos, do PSB, defendeu, ontem, a permanência da secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, no cargo, questionando as motivações para incriminá-la na Operação Calvário que apura irregularidades envolvendo o gerenciamento de hospitais da rede pública estadual por parte da Cruz Vermelha, a exemplo do hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. A oposição tem insistido em que tanto Livânia como Waldson de Souza, titular do Planejamento e igualmente citado até em áudios que vazaram para a imprensa, se afastem enquanto as investigações se desenrolam. Numa entrevista ao Correio Debate, da 98 FM, Cida Ramos enalteceu as qualidades dos secretários e disse que não há provas públicas da participação de ambos em atos ilegais.
– Livânia e Waldson não são estorvos. São companheiros que deram contribuições fundamentais para o projeto do governo Ricardo Coutinho, que está tendo continuidade com o governador João Azevedo. São secretários muito qualificados. A deliberação de sair ou não é do governo, é deles, mas pessoalmente não vejo elementos suficientes que justifiquem o afastamento salientou Cida Ramos. A Operação Calvário está na segunda fase, que compreende apuração de suposto desvio de dinheiro entre agentes públicos e organizações sociais (OS), responsáveis pela gestão de hospitais do Estado.
De acordo com o que foi publicizado pelo Ministério Público e por órgãos da imprensa nacional, como a Rede Globo, um ex-assessor de Livânia no governo estadual, Leandro Azevedo, é apontado como uma das figuras a receber propina dentro de uma caixa de vinhos no Rio de Janeiro, Atualmente o ex-servidor está preso mas a deputada Cida Ramos insistiu em defendê-lo, argumentando que não se pode assegurar que ele estava recebendo dinheiro ilegalmente. A investigação não foi concluída. Se tinha dinheiro na caixa, o Ministério Público até hoje não disse isso. A investigação está em curso. Logo, não é o caso de fazer pré-julgamento, adiantou a parlamentar socialista.
Abordada sobre as acusações de desvio de dinheiro público pela gestão do Hospital de trauma de João Pessoa, que está sob intervenção, inicialmente por 90 dias, por determinação do governador João Azevedo, a deputada Cida Ramos destacou as melhorias que a instituição apresentou nos últimos anos. Advertiu para a necessidade de ser feita uma comparação entre o que era o Trauma antes e o que passou a ser desde a administração de Ricardo Coutinho. Estranhou a deputada que se possa insinuar desvio de verbas públicas quando serviço está sendo prestado. A alimentação não deixou de ser fornecida, os funcionários não deixaram de ser pagos nem houve diminuição no número de cirurgias, arrematou a deputada, que foi eleita com o maior número de votos na disputa de 2018.
Nonato Guedes